Objetivo de Moraes é matar meu pai, diz Eduardo Bolsonaro sobre prisão

Ele está desde fevereiro nos Estados Unidos em busca de sanções contra Moraes para tentar evitar punições ao pai

Às

Objetivo de Moraes é matar meu pai, diz Eduardo Bolsonaro sobre prisão

Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados | Lula Marques/Agência Brasil

JULIANA ARREGUY E ARTHUR GUIMARÃES DE OLIVEIRA 

Filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes busca terminar o que Adélio Bispo, autor da facada contra seu pai na campanha de 2018, começou, e que quer matar o ex-presidente.

Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22) por determinação de Moraes, relator do caso da trama golpista do STF. O ministro citou em sua decisão risco de fuga para a embaixada dos Estados Unidos e violação da tornozeleira na madrugada.

"O objetivo de Alexandre de Moraes é bem simples: matar meu pai. Terminar o serviço que a esquerda já tentou. Alexandre de Moraes é, hoje, apenas um capanga que faz o serviço sujo do regime de exceção que visa tomar o poder e eliminar completamente a oposição política no Brasil", escreveu Eduardo no X, ex-Twitter.

Eduardo também escreveu mensagem semelhante em inglês na plataforma. Ele está desde fevereiro nos Estados Unidos em busca de sanções contra Moraes para tentar evitar punições ao pai. A ida dele para os EUA foi citada pelo ministro na decisão, inclusive.

Na postagem, o deputado disse que Bolsonaro é um idoso que foi "sequestrado em sua residência, cercado por dezenas de capangas da gestapo alexandrina" a Gestapo foi a polícia da Alemanha nazista.

"Moraes está tentando terminar o trabalho que Adélio Bispo começou. É uma tentativa de assassinato, nada menos do que isso", afirmou. "Qualquer regime de exceção visa eliminar fisicamente seus dissidentes; Alexandre de Moraes apenas segue a cartilha de todo tirano psicopata que veio antes dele", acrescentou.

Jair Bolsonaro foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde permanecerá em um quarto com ar-condicionado, banheiro privativo, televisão e frigobar.

A defesa do ex-presidente pediu que ele fosse mantido em casa, onde já cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, e falou em "risco à vida" diante dos problemas de saúde que ele enfrenta. 

Moraes rejeitou o pedido, mas determinou que Bolsonaro receba atendimento médico "em tempo integral" e "em regime de plantão" na carceragem e com trânsito livre da equipe médica que o acompanha, sem necessidade de autorização prévia do STF.

O ministro justificou, em sua decisão, risco à ordem pública, considerando que uma vigília de apoiadores havia sido convocada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho dele e irmão de Eduardo, para a noite deste sábado.

Em live nas redes sociais nesta tarde de sábado, Flávio chamou a decisão é a "destruição da nossa democracia".

"O que Alexandre de Moraes fez hoje foi criminalizar o direito sagrado e constitucional de reunião, o direito sagrado e constitucional do livre exercício da minha crença. O que ele está dizendo, nessa sentença, é que eu não posso orar pelo meu pai, que eu não posso orar pelo meu país, que eu não posso pedir ao padre para rezar um Pai-Nosso no carro de som, porque isso seria um subterfúgio para a fuga de Bolsonaro", disse Flávio.

Na live, o senador pelo PL do Rio de Janeiro chorou e orou: "Tenho certeza que o Senhor não vai desampará-lo".

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, durante agenda em Fortaleza (CE), disse confiar na "justiça de Deus" porque a justiça humana "não se sustenta".

Os advogados de Bolsonaro afirmaram, em nota, que a prisão foi baseada na realização de uma "vigília de orações", garantida pela Constituição, e que a prisão causou "profunda perplexidade". Eles também disseram que entrarão com recursos.

O ex-presidente foi condenado a 27 anos e três meses de prisão sob acusação de orquestrar um golpe de Estado para permanecer no poder. É a primeira vez na história do país que um ex-presidente é punido por esse crime.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário