Oito estados não adotarão uso generalizado de cloroquina

Nova orientação do Ministério da Saúde foi divulgada ontem (20)

[Oito estados não adotarão uso generalizado de cloroquina]

FOTO: Reprodução/Internet

Estados brasileiros devem resistir ao novo protocolo do Ministério da Saúde que recomenda prescrição médica de cloroquina desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus. Ao menos oito governos já sinalizaram que não vão aderir ao uso generalizado do medicamento, entre eles a Bahia. Outros sete estados estão estudando o protocolo.  

Em nota divulgada na segunda-feira (18), a Sesab (Secretária de Saúde do Estado da Bahia) esclareceu que desde o mês de abril, disponibiliza o medicamento para os pacientes que estão sendo tratados no SUS (Sistema Único de Saúde) e que a cloroquina é mais um entre os medicamentos disponíveis em tratamentos alternativos, aos profissionais médicos. 

Alvo de alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) mas pretendida pelo presidente Jair Bolsonaro, a permissão para livre uso de cloroquina foi divulgada nesta quarta-feira (20) pelo governo federal. Governadores e autoridades sanitárias estaduais que se opõem à medida, entretanto, argumentam principalmente que falta comprovação científica da sua eficácia e há uma série de efeitos colaterais associados à droga.

O documento para liberar a prescrição médica a todos os pacientes é assinado pelo general Eduardo Pazuello. Ele assumiu interinamente o Ministério da Saúde após a demissão dos ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos médicos, que se negaram a endossar a recomendação pretendida por Bolsonaro. Na prática, o novo protocolo autoriza médicos da rede pública a receitem cloroquina logo após os primeiros sintomas, como coriza, tosse e dor de cabeça.

Para isso, o paciente deverá assinar um termo de consentimento em que diz aceitar o risco "por livre iniciativa", sendo alertado, inclusive, da possibilidade de "disfunção grave de órgãos" e até de "óbito". No protocolo anterior, de março, a liberação era apenas para pacientes em situações mais graves. Considerado epicentro do coronavírus no País, São Paulo puxa a fila de Estados que devem ignorar a recomendação e manter a administração de cloroquina nos hospitais como já era feita.

Segundo boletim epidemiológico mais recente, o Estado registrou 69.859 diagnósticos e 5.363 mortes desde o início da pandemia. "Nós não faremos a distribuição e nem aplicação generalizada da cloroquina, porque a ciência não recomenda", disse o governador João Doria (PSDB). "A ciência não orienta este procedimento e em São Paulo nós seguimos a ciência.".


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