OMS diz que retrocessos no direito ao aborto seguro devem causar mais mortes
Organização defende que mulheres tenham direito de escolha

Foto: OMS/Opas
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, disse nesta quarta-feira (29), durante coletiva, que “todas as mulheres devem ter o direito de escolher quando se trata de seus corpos” e reafirmou que o aborto seguro é parte dos cuidados de saúde. Segundo ele, a restrição ao aborto leva mulheres e meninas a procedimentos inseguros que, em alguns casos, podem levar à morte.
Na ocasião, Ghebreyesus reforçou que o acesso ao aborto seguro custa vidas e tem um grande impacto nas mulheres das comunidades mais pobres e marginalizadas. Ao citar o caso nos Estados Unidos na última semana, ele afirma que as restrições são um “retrocesso” e, por isso, é mais importante do que nunca a mobilização para proteger o direito das mulheres ao aborto seguro, em todos os lugares.
Na última semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, comentou a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de restringir o direito ao aborto seguro. Por meio de seu porta-voz, Stephane Dujarric, Guterres disse que a saúde e os direitos sexuais e reprodutivos são a base de uma “vida de escolha, empoderamento e igualdade para mulheres e meninas do mundo”. Dados do relatório do Estado da População Mundial de 2022 do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) apontam que quase metade de todas as gestações em todo o mundo são indesejadas, e mais de 60% podem terminar em aborto.