Onça que matou caseiro no MS será transferida, aponta boletim
Animal não vai retornar à natureza
Foto: Saul Schramm/Secom
A onça-pintada que matou e comeu o corpo do caseiro Jorge Avalo, de 60 anos, no Mato Grosso do Sul (MS), será transferida do hospital do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), no Campo Grande.
Ainda não há detalhes obre o destino do animal. O boletim divulgado pelo CRAS, na manhã desta quarta-feira (14), informou que a onça, um macho de 94 kg, respira normalmente, alimenta-se bem e tem quadro de saúde estável.
Quando foi encontrado, no dia 24 de abril, o animal estava debilitado e apresentava alto grau de desidratação, deficiência hepática, mau funcionamento dos rins, além de pesar 26 quilos a menos do peso ideal.
A onça não vai voltar para a natureza. A expectativa é de que ela seja transferida para um recinto, que pode ser definitivo ou provisório, assim que a reabilitação for completa.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) serão os responsáveis por definir o futuro da onça.
Relembre o caso
Os restos mortais de Jorge Avalo foram encontrado no dia 22 de abril, a cerca de 280 metros do rancho onde ele trabalhava como caseiro. O corpo foi arrastado pelo animal por mais de 50 metros.
Ele foi atacado enquanto tentava coletar mel em um deck próximo da mata. Os moradores da região relataram que o ataque foi repentino. Eles encontraram vestígios de sangue e pegadas de um animal silvestre de grande porte. Câmeras de segurança também registraram o momento em que o felino andava pela região.
As autoridades consideram que o ataque foi motivado por escassez de alimento, comportamento defensivo, período reprodutivo do animal - quando machos tendem a se tornar mais agressivos.
No último dia 9, o laudo necroscópico, elaborado pelo Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana, concluiu que o caseiro foi morto com uma mordida na cabeça.
