ONU: Desinformação e fake news barraram combate à Covid-19

De acordo com relatório do Pnud, as barreiras de informação estão contribuindo para atrasos na entrega do imunizante

[ONU: Desinformação e fake news barraram combate à Covid-19 ]

FOTO: Unsplash/Priscilla du Preez

O relatório “Explorando debates online da Covid-19 e a poluição de informações na América Latina e no Caribe”, produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, e a firma digital  Constella Intelligence, concluiu que que a disseminação de desinformação e a informação falsa foram uma barreira no combate à pandemia de Covid-19. 

De acordo com o estudo, a poluição da informação - definida como conteúdo falso, enganoso e manipulado dentro ou fora da internet, que é criado, produzido e disseminado de forma intencional ou não, e que tem o potencial de causar informação falsa - prejudicou a transmissão de informações corretas sobre medicamentos, tratamento, medidas preventivas e até mesmo vacinas. 

Com diversas menções ao Brasil, a pesquisa destaca que o país foi um dos que tiveram um dos maiores aumentos globais de usuários da mídia social entre 2020 e 2021. O total subiu em 10 milhões ou 7,1% pessoas a mais. 

Tratamento 

No que diz respeito às narrativas sobre poluição da informação, o tema que lidera, no âmbito da Covid-19, é tratamentos alternativos, com 34% de consumo dessa informação. As alegações de que a pandemia foi planejada foram consumidos por 32% de brasileiros e sobre vacinas por 22%. 

Quanto às narrativas falseadas sobre a vacina, os materiais sobre efeitos colaterais do imunizante atingiram 34% do plico analisado; o tema da rejeição à vacina chegaram a 18% e que o imunizante usaria microchips a 15%.

O relatório destaca que cerca de 1,4% do conteúdo online revisado na América Latina e Caribe pode ser classificado como tendo resultado da poluição da informação. Esse total corresponde a  meio milhão de peças de material propagado em quatro meses.

Esse impacto é classificado como sendo “descomunal em públicos vulneráveis". Um grande número de narrativas polarizadoras espalhado, muitas vezes distorcendo o discurso público saudável e impedindo a implementação efetiva de iniciativas de saúde pública, foi salientado no estudo.

Diante dessa situação, a credibilidade e a legitimidade instituições de autoridade são fragilizadas e, consequentemente, forçadas a competir com uma nova onda de influenciadores online nos detores das mídias sociais e alternativa. 

Esse contexto de informações falseadas e problemas de confiança nas autoridades públicas têm como consequência as ineficiências tangíveis de saúde pública, comprometendo ganhos sociais críticos e prolongando a pandemia.  


Comentários