Operações policiais no RJ já apreenderam 1 milhão de equipamentos ilegais em 2021

Os criminosos que estavam acostumados a praticar o roubo dos cabos de instalação das antenas paralelas (mais conhecido como gatonet), agora estão usando a internet para oferecer acesso a sinais de filmes e de canais de TV por assinatura. A evolução do crime chegou a um ponto onde não há mais a dependência de uma central física de distribuição de sinal. 

Antes restrito a favelas e as comunidades mais carentes, a distribuição vem ganhando cada vez mais adeptos em áreas nobres das grandes cidades. Em 2020, as autoridades do Rio de Janeiro, por exemplo, apreenderam mais de 1 milhão de aparelhos TV Box contrabandeados, no valor de R$ 1 bilhão. Já neste ano, 120,2 mil foram apreendidos nas 9 operações realizadas pela Polícia Federal em conjunto com a Polícia Civil do estado. 

"Os criminosos não precisam mais de uma central física de distribuição do sinal. E como não estão mais limitados geograficamente por cabos e antenas, estão saindo das comunidades e se estendendo por bairros e outros cantos da cidade, onde tenha sinal de internet. Isso demanda uma investigação muito mais apurada", disse o delegado da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Fabrício Oliveira.

Em seu portal de combate à pirataria, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) afirma ter feito, em 2020, a lacração de 404 produtos sem homologação, a retenção de mais de 451 mil importados ilegalmente e tirou do ar 54 anúncios de aparelhos clandestinos. A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), estima que o gatonet cause um prejuízo de R$ 8 bilhões por ano às empresas de telecomunicação.