Organização Meteorológica Mundial alerta para eventos climáticos extremos e temperaturas recordes devido ao El Niño
Fenômeno de aquecimento El Niño pode levar a quebra de recordes de calor e impactar regiões ao redor do mundo

Foto: Reprodução
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) emitiu um alerta na terça-feira (4) sobre a chegada do fenômeno de aquecimento El Niño, prevendo eventos climáticos mais extremos e temperaturas recordes nos próximos meses. O El Niño é um padrão climático natural no Oceano Pacífico tropical, trazendo consigo temperaturas da superfície do mar mais quentes do que a média, impactando o clima em todo o mundo e afetando bilhões de pessoas.
O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, ressaltou que o início do El Niño aumentará significativamente a probabilidade de quebrar recordes de temperatura e causar mais ondas de calor em várias partes do planeta, tanto em terra quanto no oceano. Para mitigar os impactos na saúde, ecossistemas e economias, os governos devem mobilizar-se para estabelecer sistemas de alerta precoce e preparar-se para eventos climáticos perturbadores ao longo deste ano.
A combinação do El Niño com o aquecimento global causado pelo homem pode levar 2023 ou 2024 a superar o recorde de calor registrado em 2016, quando ocorreu a fase irmã do El Niño, La Niña, que é caracterizada por temperaturas oceânicas mais baixas. A OMM estima que há 90% de probabilidade de o El Niño persistir durante o segundo semestre de 2023 com força moderada.
Além do aumento das chuvas em algumas regiões, os eventos do El Niño estão associados a secas severas, ondas de calor e incêndios florestais em diversas áreas, como Austrália, Indonésia, sul da Ásia, América Central e norte da América do Sul. O fenômeno também pode prejudicar o crescimento econômico dos EUA, impactando preços de alimentos e vendas de produtos, segundo estudos recentes.
Essas previsões da OMM ressaltam a urgência dos esforços globais para conter o aquecimento global e cumprir as metas estabelecidas no Acordo Climático de Paris. O mundo já viu cerca de 1,2 ºC de aquecimento em relação aos níveis pré-industriais, e a perspectiva de exceder temporariamente o limite de 1,5 ºC acima desse patamar é uma chamada de alerta para ações concretas contra as mudanças climáticas.