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Pandemia provoca redução no número de doações e transplantes de órgãos na Bahia

Aproximadamente 1.100 pacientes estão à espera de um transplante renal na Bahia

Por Da Redação
Pandemia provoca redução no número de doações e transplantes de órgãos na Bahia
Foto: Reprodução

Profissionais de saúde estão preocupados com a diminuição no número de transplantes de órgãos realizados na Bahia provocada pela pandemia de covid-19. De acordo com Túlio Coelho Carvalho, vice-presidente da Regional Bahia da Sociedade Brasileira de Nefrologia e Coordenador de Transplante Renal do Grupo CSB Nefrologia & Hemodiálise, em abril, foram realizados, até o momento, nove transplantes no estado. Antes da pandemia, a média de procedimentos era de 80

São realizados na Bahia transplantes de rins, córnea, fígado e medula óssea. Todos tiveram significativa redução desde o início da pandemia do coronavírus. No caso dos renais, a média de procedimentos desse tipo por mês é de 32, segundo Túlio Carvalho. Após a pandemia, apenas seis foram realizados no estado. De córnea, são 40 por mês, mas três foram feitos em abril. De fígado, que tem média de cinco, nenhum foi realizado até o momento; mesma situação dos transplantes de medula óssea, que tem média de três por mês.

Segundo Túlio Carvalho, o estado registrava crescimento de transplantes nos últimos anos. Ele lamenta a situação atual. 

“Teve uma redução significativa em doação e transplante. A Bahia era o único estado que estava crescendo no último ano e, com a pandemia, caiu”, relata Túlio Carvalho.

Para Victor Paschoalin, responsável pela equipe cirúrgica de Transplante Renal do Grupo CSB Nefrologia & Hemodiálise, a situação tende a piorar até o final do mês.

“A nossa visão, em Feira de Santana, é que, nos próximos 90 dias, vai ter baixa oferta de órgãos e baixa quantidade de transplantes. Se for comparar mês de março com ano passado, nosso volume [de transplantes renais] caiu 50%. E abril deve cair ainda mais que 50%”, diz Paschoalin.

Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) confirmou “que houve uma redução importante no número de doadores e de transplantes no estado, bem como redução dos números e morte encefálica registrados desde o último dia 15/3, quando se iniciou a recomendação do isolamento”.

Victor Paschoalin destaca outras dificuldades encontradas pelos profissionais, como a redução no número de equipes captadoras de órgãos.

“A quantidade de doação diminuiu, e não tem, no estado, equipes captadoras. Muita gente também está evitando fazer transplante para não ocupar UTI disponível. As equipes estão fazendo de tudo para não ocupar leitos de UTI. O paciente está com medo. Também há dificuldade de transporte por conta da suspensão dos transportes de ônibus. Estamos vivendo momento muito delicado”, afirma.

Além disso, após a cirurgia, o paciente transplantado precisa tomar medicamentos contra rejeição, que reduzem a capacidade imunológica. Diante dessa realidade, algumas unidades precisaram suspender os procedimentos para proteger a saúde dos pacientes.

“O Hospital Emec, o São Rafael, o Português e o Roberto Santos pararam [de realizar transplantes renais]. Só o Hospital Ana Nery, em Salvador, e o Santa Casa, em Feira de Santana, seguem realizando. A tendência é que parem. Isso acontece em todo Brasil. Em São Paulo, somente um hospital está fazendo transplante nesse momento. [...] Preocupante. Tão preocupante que o hospital que é forte no estado [em realização de transplantes renais], o São Rafael, parou. Era o que mais crescia”, continua Túlio Carvalho.

Alternativas

Aproximadamente 1.100 pacientes estão à espera de um transplante renal na Bahia. Nos últimos anos, cerca de 300 procedimentos desse tipo foram realizados.

Para Túlio Carvalho há algumas alternativas para a situação não se agravar nos próximos meses. Seguindo exemplo de outros estados, os procedimentos poderiam ser concentrados em um hospital.

“Melhor alternativa, na nossa avaliação, é que se concentre, se isole um hospital no estado e não receba pacientes com coronavírus. Pelo menos blindar o máximo possível algum hospital no estado para que o sistema de saúde continue funcionando. Essa é a melhor situação de todas. Outra situação importante é ter mais teste para dosar doador que facilita a gente na aceitação do órgão. Isso dá uma segurança para fazer o transplante”, conclui o médico.
 

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