Papa diz que africanos são 'caso especial' sobre bênçãos a casais LGBT
Pontífice argumentou que homossexualidade é considerada algo "ruim" e não tolerada culturalmente no continente
O Papa Francisco afirmou em uma entrevista publicada nesta segunda-feira (29), que está confiante de que os críticos de sua decisão de permitir bênçãos para casais do mesmo sexo acabarão por entender isso, exceto para os africanos, que são “um caso especial”. A decisão do Papa tem gerado discussões e reflexões dentro da Igreja Católica.
As bênçãos foram permitidas no mês passado, por meio de um documento chamado Fiducia Supplicans (Suplicando Confiança), o que gerou um amplo debate na Igreja Católica, com uma resistência particularmente forte vinda dos bispos africanos. Essa decisão tem sido motivo de intensa discussão e análise dentro da comunidade católica, despertando diferentes perspectivas e posicionamentos.
“Aqueles que protestam veementemente pertencem a pequenos grupos ideológicos”, disse Francisco ao jornal italiano La Stampa, acrescentando: “Um caso especial são os africanos: para eles, a homossexualidade é algo ‘ruim’ do ponto de vista cultural, eles não a toleram”.
“Mas, em geral, confio que gradualmente todos serão tranquilizados pelo espírito da declaração ‘Fiducia Supplicans’ do Dicastério para a Doutrina da Fé: visa incluir, não dividir”, continuou o papa.
Na semana passada, Francisco demonstrou ter ciência do impacto negativo desencadeado pelo documento, especialmente na África, onde os bispos o rejeitaram de forma efetiva. Em alguns países dessa região, a relação entre pessoas do mesmo sexo pode resultar em prisão ou até mesmo na imposição da pena de morte.
