Partido de Angela Merkel sofre derrotas que podem prejudicar planos de permanência no poder
Situação é resultado dos escândalos recentes e lentidão na vacinação

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O partido da chanceler Angela Merkel, a União Democrata Cristã (CDU) sofreu importantes derrotas em viagens regionais que ocorreram no domingo (14), o primeiro teste antes do pleito nacional que escolherá o novo gestor do país em setembro. A situação é resultado dos escândalos recentes e a lentidão na campanha de vacinação que podem prejudicar os planos de permanência de Merkel no poder.
Projeções iniciais aponta que a CDU teve o pior desempenho de sua história nos estados de Baden-Württemberg e Renânia-Palatinado, dois antigos redutos, conquistando respectivamente 23% e 26% dos votos. Em comparação com 2016, o partido teve uma queda de 4 e 5,8 pontos percentuais.
Na Renânia-Palatinado, onde uma CDU liderava as pesquisas de opinião até o mês passado, o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, venceu com 34,5%, reelegendo Malu Dreyer.
A frustração da sigla de Merkel foi acentuada por um escândalo na compra de materiais de proteção contra o coronavírus. O caso fez o deputado Nikolas Loebel, da CDU, renunciar do cargo após vir à tona que sua empresa teria recebido uma comissão de 250 mil euros para negociar a compra de máscaras.
Outra derrota do governo é a lenta campanha de vacinação contra a Covid-19, resultado de um estoque baixo de doses, além da burocracia de agendamento da população para receber o imunizante. Até o momento, 7,4% da população alemã foram vacinadas. O número é o menor na comparação com dos britânicos (36%) e dos americanos (21%).
"O resultado da eleição é uma derrota amarga para uma CDU, não há como amenizar", disse Christoph Ploß, líder da CDU em Hamburgo. "O escândalo das máscaras destruiu a fé [no partido] e o povo alemão esperava uma gestão melhor da pandemia [...]. Os governos regionais devem fornecer testículos adequados e acelerar a vacinação."