Pele artificial pode ser usada em testes de cosméticos e medicamentos
Estudo aponta que o artificial é "extremamente" semelhante à pele natural

Foto: Reprodução/USP
Um estudo conduzido por pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista Bioprinting, mostra que a pele artificial produzida por bioengenharia tem se tornado uma plataforma cada vez mais relevante e confiável para avaliar a segurança e a eficácia de medicamentos e cosméticos. A informação é da CNN.
Entre as tecnologias mais eficientes para a produção de modelos in vitro, em ambiente de laboratório, está a bioimpressão 3D. No entanto, por ser muito recente, faltavam testes para comparar seu desempenho com o do modelo tradicional, produzido manualmente. Esse foi o principal objetivo do estudo.
Os resultados, de acordo com os pesquisados, confirmam a similaridade de desempenho. Para fazer o estudo, os cientistas compararam o modelo mimético criado com a metodologia tradicional por pipetagem (feita com pipeta) com aquele produzido em bioimpressoras pelo mecanismo de extrusão, que é o mais utilizado e permite uma reconstrução mais representativa da pele humana.
Os resultados mostraram que ambos os modelos de pele reconstruída em laboratório exibiram histologia e citoarquitetura consistentes com os modelos epidérmicos validados, sendo que o bioimpresso demonstrou tão boa qualidade quanto o manual. “O fato de chamarmos o modelo de ‘pele artificial’ pode dar a ideia de que seja algo sintético, quando na verdade é um tecido humano, extremamente semelhante à pele natural. Por isso se presta tão bem a testes de segurança e eficácia de compostos bioativos”, explica Silvya Stuchi Maria-Engler, professora titular do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP.