Perto do fim, programa que reduz salário tem o menor nível de adesão no mês de novembro

Com o fim do estado de calamidade pública para enfrentamento da covid-19, marcado para o dia 31 de dezembro, o programa que permite suspensão de contrato de trabalho se aproxima do encerramento. E perto de ser finalizado, ele alcançou em novembro seu menor nível de adesão desde que foi colocado em prática, em abril.

Até o dia 27, última data com dados disponibilizados pelo Ministério da Economia, foram 291,6 mil acordos, 69% menos que os 940 mil acordos fechados em outubro. O pico de adesões foi registrado no primeiro mês - abril, com quase 6 milhões de registros. 

A redução reflete a retomada da economia após o segundo trimestre, em que indústria, comércio e serviços foram amplamente afetados pelas quarentenas no país. Números divulgados nesta semana mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) do país no terceiro trimestre cresceu 7,7%, após uma queda recorde de 9,7% no segundo trimestre. 

Outro fator é a proximidade do fim do ano, com pagamento de décimo-terceiro e o Natal, aumenta a expectativa de movimento da economia no comércio, o que faz com que parte das empresas não queira abrir mão dos funcionários ou reduzir a carga de trabalho.

Há a previsão de contratação de temporários. A Assertem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário) informa que é esperada a contratação de 220 mil pessoas entre novembro e dezembro. De acordo com o presidente da entidade, Marcos de Abreu, a expectativa é que haja 22% de efetivação. 

Marcos de Abreu avalia que demissões ocorridas ao longo do ano que ajudam o país a ter hoje um desemprego maior do que no início do ano - a taxa chegou a 14,1%, atingindo 13,8 milhões de pessoas - já tornaram os quadros mais enxutos. Isso evita agora que as empresas busquem novos acordos de suspensão de contrato ou redução de salário, mesmo em um cenário de novo endurecimento de regras de quarentena em algumas regiões, como o estado de São Paulo.