Pesquisa aponta desafios na interação entre diferentes gerações no mercado de trabalho

O destaque vai para a Geração Z, composta por aqueles nascidos entre 1996 e 2010

[Pesquisa aponta desafios na interação entre diferentes gerações no mercado de trabalho]

FOTO: Reprodução/Pexels

Os conflitos entre diferentes gerações, uma realidade presente tanto na vida familiar quanto nas interações em redes sociais, também se fazem sentir no ambiente corporativo, revela um relatório da consultoria internacional Great Place To Work (GPTW). De acordo com o estudo “Tendências de Gestão de Pessoas”, 51,6% dos profissionais enfrentam dificuldades para lidar com as expectativas e comportamentos das diferentes gerações no mundo corporativo.

O destaque vai para a Geração Z, composta por aqueles nascidos entre 1996 e 2010, com 68,1% dos entrevistados reportando dificuldades na integração com esses trabalhadores mais jovens. Em contraste, os Baby Boomers, nascidos entre 1945 e 1964, geram entraves para apenas 11,4% do mercado.

Daniela Diniz, porta-voz da pesquisa, destaca que esses conflitos não são novos, remetendo ao período em que a Geração Y, também conhecida como Millennials (nascidos entre 1981 e 1995), ingressou no mercado de trabalho, enfrentando críticas similares. Ela ressalta que toda nova geração traz mudanças e impactos ao ambiente profissional.

Para promover um ambiente de trabalho mais harmonioso, a GPTW sugere a prática do diálogo entre as gerações, ressaltando que as mudanças provocadas pela chegada de novos profissionais ao mercado tendem a impulsionar a evolução das organizações.

A Geração Z, caracterizada por seus propósitos claros e valores bem definidos, busca empresas alinhadas com suas convicções, como sustentabilidade e diversidade. Essa demanda por um ambiente de trabalho que reflita seus valores muitas vezes gera insatisfação quando não atendida.

A professora da FIA Business School, Lina Nakata, destaca a urgência da nova geração por maior flexibilidade, impulsionada pela era digital e pela possibilidade de realizar tarefas de forma remota e autônoma. No entanto, a falta de escuta ativa por parte das gerações mais velhas pode dificultar a integração e colaboração entre os diferentes grupos.

O relatório da GPTW revela que, pela primeira vez em seis anos, a saúde mental foi apontada como o principal desafio na gestão de pessoas, citada por 36,9% dos respondentes. A pesquisa indica que 96,9% consideram a saúde mental e emocional um tópico importante, porém menos da metade das empresas investe em maneiras de abordar essa questão.

Manu Pelleteiro, especialista em gestão de pessoas, ressalta a importância do reconhecimento das habilidades e experiências únicas de cada geração e sugere práticas de mentoria reversa para promover a troca de conhecimentos e quebrar estereótipos.

Nakata enfatiza a necessidade de capacitação dos líderes para lidar com as questões de saúde mental e a diversidade geracional, destacando que os profissionais mais experientes também podem contribuir para a integração e colaboração intergeracional.


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