Pesquisa aponta desigualdade entre países ricos e pobres no acesso à vacina contra Covid-19
Países ricos têm média de imunizados 10 vezes maior que pobres

Foto: Getty Images
Uma análise realizada pelo (M)Dados aponta que há quase dez vezes mais chances de que uma pessoa que ainda não esteja imunizada contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, seja moradora de um país pobre. As 20 nações mais ricas do mundo têm 68,5% da população já com o ciclo vacinal completo contra a doença. Nas 20 mais pobres, o total de pessoas nesta situação é de apenas 7,2%.
Para alcançar esse resultado, foi feito o cruzamento de dados tabulados pelo Banco Mundial sobre o Produto Interno Bruto (PIB) das nações e do número de pessoas completamente imunizadas disponibilizado pelo Our World in Data. Nos países com alta renda, isto é, onde o PIB per capita é mais desenvolvido, a corrida contra o vírus começou mais cedo. Desde que as vacinas começaram a ser fabricadas e distribuídas, a Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, fez alertas sobre a importância da garantia do acesso equitativo de doses.
A distribuição de forma igualitária asseguraria que todos os países, independentemente da situação econômica, conseguissem conter a transmissão do novo coronavírus, o que possibilitaria o fim da pandemia. O cenário atual, entretanto, está longe do esperado pelas autoridades sanitárias mundiais. Enquanto países mais desenvolvidos alcançaram bons números e já aplicam doses de reforço, outros não conseguiram que nem 1% de sua população recebesse as duas doses ou alguma vacina de dose única que permitisse a imunização contra o vírus que já fez mais de 5,3 milhões de vítimas em todo o mundo.
Atualmente, é recorrente os apelos de autoridades para que os países mais ricos doem imunizantes. No começo de 2021, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu que países ricos ajudassem os mais pobres a realizarem a imunização de suas populações contra a Covid-19. Em maio deste ano, a OMS reforçou a urgência da ajuda. A previsão de que a falta de imunizantes para todas as nações trariam problemas, se confirmaram. Na África, a mais recente variante de preocupação descoberta, a Ômicron, vem demonstrando sinais de que a demora para controlar a pandemia nesses países aumenta a possibilidade do surgimento de variantes do vírus.