Pesquisa mostra que eleitores de direita são o dobro dos de esquerda

"A cara da democracia" é realizada anualmente e mostra a opinião do eleitorado quanto a práticas tidas como polêmicas

Por Da Redação
Ás

Pesquisa mostra que eleitores de direita são o dobro dos de esquerda

Foto: José Cruz/Agência Brasil

A pesquisa de opinião pública anual, "A cara da democracia", revelou o que parece ser a face do eleitorado brasileiros nos últimos anos: em relação ao número de eleitores de esquerda, o dobro se identifica com a direita.

Para pesquisadores, as hipóteses por trás dessas opiniões extremadas de um lado e em transição do outro ainda precisam ser investigadas, mas já existem indícios. " Mulheres tendem a ser menos conservadoras, e este é um foco para análises sobre transições nos rumos das pesquisas a partir de respostas a temas polêmicos como os que investigamos neste levantamento", explica Oswaldo Amaral, diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop) da Unicamp.

Dentre os temas polêmicos discutidos na pesquisa, 70% foi a favor da redução da maioridade penal, por exemplo, ante 25% contra. Homens e mulheres têm percentuais semelhantes quanto a opinião sobre aplicação de pena para menores, e o mesmo ocorre quando se analisa recorte de classes.

No entanto, a adoção de crianças por casais do mesmo sexo mostra um outro, e crescente, lado. Em 2018, 52% eram contra adoções por gays e 37% a favor. Após os anos sob Bolsonaro, esse resultado se inverteu para 39% contra e 56% a favor. Na segmentação por região, chama a atenção que o Norte é a que registra a taxa mais baixa a favor da adoção (46%), enquanto o Sudeste, a mais alta (62%). As mulheres são ampla maioria nesse assunto: 64% aprovam, enquanto 47% dos homens são favoráveis.

Quanto a militarização das escolas públicas, tema de interesse do presidente Jair Bolsonaro, 68% na região centro-oeste é a favor, enquanto 52% concorda no Sudeste, o que mostra a força de pauta vinculada à direita. Em contraponto, o casamento civil de pessoas do mesmo sexo demonstra mais simpatia entre entrevistados (49% a favor e 44% contra), mesmo com um longo caminho pela frente na luta por direitos iguais.

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