Pesquisadores chilenos descobrem que anticorpo da alpaca que combate variantes da Covid-19

Em comunicado, estudiosos pedem US$ 3 milhões para desenvolvimento de medicamentos

Por Da Redação
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Pesquisadores chilenos descobrem que anticorpo da alpaca que combate variantes da Covid-19

Foto: Reprodução/FierceBiotech

Um grupo de pesquisadores chilenos que encontrou em alpacas um anticorpo contra a Covid-19 em 2020, descobriu agora que ele também é capaz de combater as variantes brasileira, britânica e sul-africana do coronavírus, segundo informaram nesta quarta-feira (14) os estudiosos da Universidade Austral do Chile (UACh).

Em abril de 2020, os pesquisadores da UACh que conduzem esse estudo em parceria com cientistas australianos e europeus, conseguiram identificar e produzir, a partir do sistema imune do animal, células de defesa contra o vírus isolando um "anticorpo poderoso" capaz de neutralizar a infecção.

O anticorpo W25 da alpaca Buddha "é um dos melhores neutralizadores que existe e é estável diante de nebulização e de condições extremas de temperatura, o que o torna uma excelente opção terapêutica", explicou a instituição em comunicado.

Os novos resultados obtidos em conjunto com a Universidade de Queensland, na Austrália, mostraram que o anticorpo, além de ser capaz de combater as variantes sul-africana e britânica, é capaz de se ligar fortemente à proteína Spike da brasileira, o que indica um potencial efeito neutralizador sobre a cepa.

A equipe liderada por Alejandro Rojas, chefe do Laboratório de Biotecnologia Médica da UACh, lamentou que, apesar de sua importância e dos 200 milhões de pesos chilenos (cerca de US$ 282 mil) do governo regional de Valdivia, a pesquisa não está recebendo o apoio financeiro necessário para testar as descobertas na prática.

No comunicado, além de pedirem ajuda ao presidente Sebastián Piñera e a iniciativa privada, os estudiosos pedem uma quantia de US$ 2 a 3 milhões para desenvolver as milhares de doses necessárias de um medicamento e iniciar os estudos clínicos no Chile, segundo a UACh.

"Se tivessem nos apoiado um ano atrás, já poderíamos estar em fase de testes clínicos e colaborando com as ações sanitárias. Os anticorpos desenvolvidos em camelídeos são, a nível mundial, uma possível alternativa terapêutica", afirmou Rojas no comunicado.

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