Pesquisadores da UFMG descobrem substância venenosa de aranha capaz de tratar disfunção erétil
Substância atualmente passa por testes para verificar sua capacidade e segurança
Cientistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) descobriram uma substância venenosa presente em uma espécie de aranha capaz de tratar a disfunção erétil.
O estudo, em andamento por 20 anos, recentemente fez a descoberta através da identificação de uma molécula com potencial para ser incorporada em um gel, podendo melhorar a ereção masculina.
A toxina é proveniente da Phoneutria nigriventer, mais conhecida como aranha-armadeira. Ela pode ser encontrada em vários países da América do Sul, incluindo o Brasil, onde também está presente em áreas urbanas e rurais.
Esta espécie é uma das mais venenosas do mundo. Seu veneno possui a capacidade de induzir uma ereção involuntária e dolorosa, conhecida como priapismo, especialmente em homens jovens, podendo levar à necrose do pênis e até mesmo à morte.
Através de experimentos, os pesquisadores da UFMG conseguiram extrair parte do veneno da aranha que foi inserido em um gel destinado ao tratamento da disfunção erétil. A molécula, chamada BZ371A, já resultou em 22 patentes concedidas internacionalmente e nove já submetidas para análise.
A Biozeus Biopharmaceutical, que possui os direitos da patente do medicamento, está se preparando para iniciar os testes clínicos da fase 2, nos quais o BZ371A será avaliado em homens que passaram por cirurgia de remoção da próstata (prostatectomia). Essa cirurgia muitas vezes leva a problemas de função erétil.
Apesar de não existir uma estimativa para quando estará disponível no mercado, estudos apontam que este potencial medicamento pode ser uma alternativa para ajudar homens que, por diversas razões, não podem recorrer aos remédios atualmente disponíveis em farmácias, tais como Viagra e Cialis.
