PF diz que Alexandre Ramagem deixou o Brasil de forma clandestina pela fronteira com a Guiana
Segundo Andrei Rodrigues, deputado atravessou Roraima sem controle migratório e seguiu aos EUA

Foto: Ton Molina/STF
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira (15) que o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) deixou o Brasil de maneira clandestina em setembro, atravessando a fronteira entre o estado de Roraima e a Guiana sem passar por postos oficiais de controle migratório.
A declaração foi feita durante um café da manhã com jornalistas, no qual Rodrigues apresentou um balanço das atividades recentes da PF. De acordo com as investigações, após cruzar a fronteira por via irregular, Ramagem embarcou no Aeroporto de Georgetown, capital da Guiana, com destino aos Estados Unidos. A entrada no país teria ocorrido com o uso de passaporte diplomático, documento que, segundo a PF, já estava cancelado.
A saída do parlamentar ocorreu no mesmo mês em que o Supremo Tribunal Federal julgou integrantes do núcleo central da trama golpista. Ramagem foi condenado pela Primeira Turma da Corte a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros réus.
Conforme informações do blog da jornalista Julia Duailibi, no G1, a Polícia Federal intensificou as apurações para identificar pessoas que teriam colaborado com a fuga do deputado, incluindo possíveis financiadores e organizadores da saída do país. No sábado (13), a corporação prendeu, em Manaus, Celso Rodrigo de Mello, apontado como um dos auxiliares na fuga. A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A defesa nega envolvimento e sustenta a inocência do investigado.
Ainda nesta segunda-feira, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou à TV Globo que Alexandre Ramagem já protocolou um pedido de asilo político nos Estados Unidos. Segundo ele, houve contato telefônico com o deputado, e a liderança do partido deve solicitar ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não leve à votação, nesta semana, o processo que pode resultar na cassação do mandato parlamentar.


