PF diz que chefes em liberdade do PCC vivem em mansões

Segundo o coordenador da PF, está ocorrendo uma "Lava Jato do PCC"

Por Da Redação
Ás

PF diz que chefes em liberdade do PCC vivem em mansões

Foto: Divulgação/TV UOL

De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), o Primeiro Comando da Capital (PCC) é uma multinacional e os chefes em liberdade não estão nas periferias das cidades, mas vivendo em mansões e andando em carros de luxo.  O delegado coordenador geral de repressão às drogas, armas e facções criminosas da PF, Elvis Secco, disse, em entrevista exclusiva ao UOL, que está ocorrendo uma "Lava Jato do PCC".

De acordo com o delegado,  a sofisticação da lavagem de dinheiro e o padrão de vida de seus líderes são comparáveis aos envolvidos nos esquemas de corrupção da Petrobras. “Temos, sim, uma Lava Jato do PCC. O objetivo da Polícia Federal é fazer com que essa operação tenha fases. Para área de tráfico de drogas, temos o mesmo objetivo que investigue crimes de corrupção. É desenvolver fases da investigação”, disse o delegado em entrevista.

A PF realizou em dois meses cinco operações contra a facção. Em entrevista, o delegado disse ainda que, em uma primeira fase da Lava Jato do PCC, foi identificado núcleo financeiro e patrimônio dos líderes. Segundo ele, é preciso analisar a documentação apreendida e, a partir dali, traçar um objetivo para que outras fases sejam desencadeadas. "Assim como foi feito no caso da Lava Jato."

De acordo a PF, a organização criminosa tem como principal finalidade a lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Na última quarta-feira (30), por exemplo, a operação Rei do Crime, com participação da PF, bloqueou judicialmente R$ 730 milhões de apenas um dos braços financeiros do PCC.

Ainda de acordo com o delegado Secco, a PF não tem como ambição atingir pequenos traficantes. Secco assegurou, em entrevista, que a ação da Polícia Federal, atualmente, é atingir os chefes desses pequenos traficantes, seguindo o rastro do dinheiro lavado dentro e fora do país.

PCC e a política

Segundo procuradores antimáfia da Calábria, região sul da Itália, que investigam ligação entre o PCC e a máfia italiana 'Ndrangheta, o que diferencia o PCC da organização criminosa italiana é o mapeamento da influência na política. O relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) aponta que, em quatro anos, mais de 70 empresas lavaram R$ 32 bilhões para o PCC.

A lavagem de dinheiro refinada é o que aproxima a facção criminosa paulista do modelo de atuação de mafiosos italianos, de acordo com investigações da PF e da Polícia Civil de Minas Gerais. Contudo, a PF ainda é cautelosa em classificar o PCC como máfia. "É uma organização criminosa. A maior do Brasil, a maior da América Latina. Não é mais um grupo nacional. É um grupo que age em todo o mundo. Está no mesmo patamar das maiores organizações criminosas do planeta", disse Elvis Secco.

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