Pneumologista da Fiocruz alerta que Brasil não conseguirá conter cepa indiana do coronavírus
Em entrevista à CNN, Margareth Dalcolmo disse esperar que a testagem em massa meça o impacto do avanço da variante

Foto: Reprodução/ CNN
Em entrevista à CNN neste domingo (23), a pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Margareth Dalcolmo, disse que o Brasil não tem capacidade para conter a nova variante do novo coronavírus com origem na Índia, que foi detectada no Maranhão.
Mesmo afirmando que o Ministério da Saúde está adotando medidas adequadas neste momento, como o controle de fronteiras e a testagem em larga escala em São Luís (MA), para a pesquisadora, o cancelamento de voos vindos da Índia foi feito tarde demais. "Eu conheço razoavelmente bem as condições indianas de controle sanitário. É muito precário. Então, quando começou na Índia, ficou óbvio que aquilo iria se disseminar. E era necessário, como eu disse há quase três semanas, ter fechado os voos vindos da Índia".
O Ministério da Saúde anunciou que enviaria testes ao estado para serem realizados em massa. Ainda durante a entrevista, Dalcolmo esperar que a testagem em massa meça o impacto do avanço da variante, mesmo que ela se espalhe. "O Ministério da Saúde enviou testes, até uma quantidade grande, que pode testar metade da população de São Luís e de seus arredores. Talvez isso consiga determinar o tamanho do problema do ponto de vista epidemiológico, do impacto, mas não conseguirá controlar a transmissão”.
Dalcolmo também alertou para o risco de uma terceira onda da doença. "Dependendo da taxa de transmissibilidade de uma variante, sem dúvida nenhuma, poderá causar uma situação muito grave no Brasil".
Com a vacinação em ritmo lento, os jovens estão longe de serem imunizados, o que os deixam vulneráveis às novas cepas da doença.


