Política de eugenia do Japão submeteu milhares de pessoas a esterilização forçada
Ação visava "impedir o nascimento de descendentes de má qualidade”

Foto: Reprodução/ Arquivo / AJW
A política de eugenia aplicada no Japão entre 1948 e 1996, com o objetivo de "impedir o nascimento de descendentes de má qualidade e proteger a vida da mãe”, submeteu milhares de pessoas à esterilização forçada. Estima-se que 16.500 pessoas, principalmente mulheres, foram operadas sem seu consentimento. A informação é da BBC.
Um relatório parlamentar de 1.400 páginas apresentado recentemente estima que cerca de 8.000 pessoas deram autorização para intervenção cirúrgica, embora se acredite que provavelmente sob pressão, e outras 60.000 mulheres fizeram abortos para evitar doenças hereditárias.
A Lei de Proteção Eugênica foi aprovada em 1948 e permitiu que os médicos esterilizassem pessoas com ou sem o seu consentimento. No último caso, se o médico considerasse que a intervenção era necessária "para proteger o interesse público", deveria solicitar uma comissão à prefeitura local para avaliar se o procedimento era adequado.
Vidas destruídas
Em 2019, o governo do Japão pediu desculpas por essa política e anunciou que pagaria a cada sobrevivente uma indenização equivalente a cerca de US$ 28.600 (cerca de R$ 140 mil). O então primeiro-ministro, Shinzo Abe, disse que a lei de eugenia causou "grande sofrimento" às suas vítimas. Durante décadas, as vítimas fizeram campanha pelo reconhecimento dos danos sofridos e pela indenização.