Por que o aplicativo que envelhece oferece riscos à privacidade de usuários?
FaceApp utiliza dados pessoais dos usuários para oferecer informações a terceiros, diz

Foto: Reprodução
O aplicativo da moda, FaceApp, vem oferecendo riscos para os usuários que aceitam os termos de uso do programa. Desde a imposição de cookies, até a invasão de dados pessoais, que não são revelados pela empresa criadora, o aplicativo, que foi desenvolvido pela empresa russa, Wireless App, lançado em 2017, só veio ficar famoso nas últimas semanas, devido às inúmeras postagens de famosos e comuns com seus rostos envelhecidos.
O software permite que o usuário modifiquem o rosto das pessoas de maneira interativa, envelhecendo ou até mesmo rejuvenescendo, um homem ou uma mulher. Ele viralizou na rede e se tornou um dos Apps mais baixados em aparelhos móveis, e com isso, já soma mais de 50 milhões de downloads na Play Story, do Android e 316 mil na Apple Store, da IOS.
Entretanto, a maioria das pessoas que o baixaram não percebeu um detalhe muito importante: os termos de uso do aplicativo. Ao aceitar os termos e condições o utilizador autoriza a empresa administradora, total uso dos dados do aparelho onde o sistema foi instalado.
“Usamos ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e as tendências de uso do serviço. Estas ferramentas reúnem informação enviada pelo seu dispositivo ou pelo nosso serviço, incluindo as páginas web que visita, add-ons, e outra informação que nos ajude a melhorar o serviço”, diz a política de privacidade do aplicativo.
A análise de dados de terceiros feita pelo App, coleta informações enviada do aparelho, seja ele smartphone, tablet ou computador. No termo de uso afirma-se que a coleta de dados e o compartilhamento dessas informações são para fins de publicidade, mesmo que exposto de maneira bastante vaga.
Segundo a desenvolvedora de websites, Larissa Dantas, essas informações coletadas, derivam das páginas que o individuo acessa pelo aparelho. “Os add-ons, são utilizados para ativar os mecanismos de rastreamento como os cookies, oferecendo todas as informações de quando se visita um site ou baixa algo deste”, afirmou.
Os cookies são ferramentas que permitem que o navegador, conheça as preferencias, formato de texto, idioma, dentre outras peculiaridades do usuário, como sites de compras com seus gostos de roupa e sapato.
Este pequeno arquivo fica armazenado no navegador do usuário, apresentando a ele itens que ele não se interessou em comprar, até que percam sua validade.
“De acordo com a politica de privacidade do app, são acessadas fotos e outros materiais, do qual eles não dizem quais são acessados”, afirmou Larissa Dantas.
A Wireless App, pode ainda oferecer seu conteúdo para empresas subsidiarias a ela, das quais ainda são desconhecidas ao público.
Segundo leis nacionais o App estaria violando a privacidade dos usuários. De acordo com A Lei Geral da Proteção de dados, aprovada em 2018 e que só entrará em vigor em agosto de 2020, aponta que os controladores precisarão pedir de maneira explícita a autorização do uso de dados pessoais e não poderão utilizar destes para outros fins, diferentes daqueles que foram autorizados a trabalhar.