Por unanimidade, deputados estaduais aprovam processo de impeachment de Wilson Witzel

Com 69 votos, foi aprovado por unanimidade o processo de impeachment do governador afastado do Rio, Wilson Witzel (PSC), nesta quarta-feira (23), na sessão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Witzel optou por se defender por videoconferência, mas era esperado pessoalmente.

Em um discurso que teve partes exaltadas, Witzel falou que os parlamentares conduziram o processo com parcialidade, não deram espaço para o direito de defesa dele e que trata-se de um processo de linchamento moral e político. "Pra que eu vou tentar me defender, quando os juízes já previamente disseram que vão votar sim, que julgamento é esse?", questionou.

O governador afastado falou que os deputados também foram omissos em problemas com Organizações Sociais (OSs) na área da Saúde e falou que todos deveriam fazer o mea culpa. "Agora por unanimidade querem me acusar de crime de responsabilidade", reclamou. Ele ainda colocou que não houve diálogo para tentar resolver questões, apenas apontamentos sem opções de solução. Witzel é acusado de participar de suposto esquema de fraudes e desvios de recursos da saúde e de superfaturamento em contratos emergenciais durante a pandemia da Covid-19. Witzel lamentou as mortes pelo novo coronavírus, disse que enfrentou um "governo negacionista" e apontou deputados que saíram em carretas contra o isolamento social.

Ele ainda afirmou que nunca recebeu "nenhum valor de quem quer que seja" e que jamais recebeu dinheiro que não fosse fruto de seu trabalho. "Eu tenho como único patrimônio: a minha casa no Grajaú", reforçou diversas vezes e ainda destacou sua atuação anterior como juiz.

O caso agora vai a tribunal misto com 5 deputados e 5 desembargadores. Enquanto isso, Cláudio Castro, vice da chapa eleita, continua como governador.