Presidente do BC diz que crescimento do Brasil fica abaixo da média do mundo emergente
Roberto Campos Neto avalia cenário pós-pandemia
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira (14), durante um evento sobre política monetária promovido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que o crescimento econômico brasileiro está abaixo da média do mundo emergente no “pós-pandemia”. Segundo ele, o crescimento dos países emergentes acelerou acima do ritmo do Brasil, com exceção à economia do México.
“A gente volta ao problema de um crescimento estrutural baixo e inferior à média do mundo emergente”, afirmou. Ainda de acordo com Campos Neto, o nível de atividade econômica passou a ser muito diferente entre países emergentes e avançados. Para ele, essa diferença foi uma consequência da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Ainda durante o evento, o presidente do BC disse que o ano de 2020 foi “muito bom” para o Brasil porque as medidas de enfrentamento à pandemia foram robustas. Já em relação a 2021, ele afirma que o país ficará na média dos emergentes. “Os Bancos Centrais se prepararam para uma depressão e não uma recessão”, disse.
Segundo as estimativas do mercado financeiro, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021 deve registrar alta de 4,65%. Mas para 2022, a previsão é de apenas 0,50%. Já o BC projeta o crescimento em 2,1% para o ano que vem. A taxa básica de juros, a Selic, está em 9,25% e deve subir para 10,75% em fevereiro.