Presidente do Cazaquistão autoriza polícia a 'atirar para matar sem aviso prévio' contra manifestantes
Desde o último domingo (2), população tem ido às ruas protestar para demonstrar a insatisfação com o governo

Foto: Anadolu Agency/Getty Images
Kassym Jomart Tokayev, presidente do Cazaquistão, anunciou nesta sexta-feira (7) que autorizou as forças da segurança a abrirem fogo "sem aviso prévio", contra os manifestantes, para pôr fim aos protestos que abalam o país.
"Dei a ordem de atirar para matar sem aviso prévio", declarou Tokayev em discurso transmitido pela televisão, acrescentando que "os terroristas continuam danificando propriedades e usando armas contra os cidadãos".
Tokayev rejeitou qualquer negociação e prometeu "eliminar" os "bandidos" que provocaram os distúrbios, que segundo ele, são cerca de "20 mil" com um "plano claro". O presidente do Cazaquistão disse ainda que "as forças da ordem estão trabalhando duro" e "a ordem constitucional foi amplamente restabelecida em todas as regiões", mas acrescentou que as operações de segurança vão continuar "até a destruição total dos militantes".
Entenda os protestos no Cazaquistão
No último domingo (2), após o governo dobrar o preço do gás GLP e de outros combustíveis no primeiro dia do ano, e se espalharam pelo país, os protestos explodiram no país. Os manifestantes foram às ruas para demonstrar a insatisfação com o governo e apoiar outras reivindicações - como a mudança do regime político, a eleição direta dos governos locais, o fim das prisões arbitrárias e a redução da desigualdade.
Desde o início dos protestos, cerca de 2,3 mil pessoas já foram detidas e 748 policiais ficaram feridos nos maiores protestos desde a independência do país em 1991, em meio ao colapso da União Soviética. Além disso, dezenas de manifestantes e 18 membros das forças de segurança já morreram durante os confrontos entre as Forças Armadas e os manifestantes. Segundo a TV estatal, dois policiais foram encontrados decapitados.