Principal alvo de operação contra adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro foi preso em hotel de luxo na Bahia

O principal alvo da operação policial contra adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro, Jailson Couto Ribeiro, conhecido como "Jau", de 57 anos, foi preso em um hotel de luxo, localizado na cidade baiana de Lençóis, na Chapada Diamantina, na quinta-feira (16).

A "Operação Primus", da Polícia Civil (PC), foi lançada ainda na quinta-feira, com o intuito de desarticula um grupo criminoso que atua no setor de combustíveis na Bahia.

Conforme divulgado pela polícia, as investigações identificaram 200 pontos de combustíveis vinculados ao grupo investigado, responsável por estruturar e expandir uma complexa rede empresarial com atuação na adulteração e comercialização irregular de combustíveis em território baiano.

Elementos que compõem a investigação apontam indícios de que o grupo utilizava o setor de combustíveis como instrumento para ocultação patrimonial e mantendo conexões com uma organização criminosa originária de São Paulo. 

Jau é empresário do ramo de postos de combustíveis e foi duas vezes candidato a prefeito de Iaçu, cidade natal dele. As candidaturas aconteceram nos anos e 2020 e 2024. Em 2022, ele também já apoiou a candidatura do deputado federal Del Barreto (União Brasil), que foi alvo da sexta fase da Operação Overclean, da Polícia Federal (PF).

Jailson Ribeiro ostentava viagens de luxo, com a companheira, nas redes sociais. Registros indicam que o investigado já esteve na Itália, Luxemburgo, Emirados Árabes e Espanha.

Operação Primus

Durante a operação, além de Jailson, foram presas outras oito pessoas. Destas, seis na Bahia, uma no Rio de Janeiro (RJ) e outra em São Paulo (SP). Na Bahia, Wesley Márcio Duda, Gilvan Couto Ribeiro, Diego do Carmo Santana Ribeiro e Pedro Henrique Ramos Ribeiro foram presos no município de Feira de Santana.

Já no Rio de Janeiro, Israel Ribeiro Filho foi detido, além de Mário Kadow Nogueira, em São Paulo. Não foram divulgadas as identidades de todos os presos na Bahia.

O advogado de quatro dos presos afirmou que os clientes foram surpreendidos com a operação, e que até o momento não sabe de nada, pois a operação corre em sigilo. Jau não é cliente do advogado.

Em decorrência da operação, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em Feira de Santana, Salvador, Conceição do Jacuípe, Alagoinhas, Morro do Chapéu, Itaberaba e Iaçu. Durante as buscas, foram apreendidas três pistolas, uma submetralhadora, carregadores, munições e cerca de 10 veículos de alto padrão.

Cerca de 200 postos de gasolina suspeitos são investigados. O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), responsável pelas investigações, também pediu para a Justiça o bloqueio de bens móveis e imóveis, além de valores dos investigados, totalizando R$ 6,5 bilhões.