Produção industrial cresce 2 meses seguidos, mas é insuficiente para reverter perdas com pandemia
Dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Foto: Divulgação/ Agência IBGE
Pelo segundo mês consecutivo, a produção industrial brasileira avançou 8,9% em junho, na comparação com maio, mas alta é insuficiente para eliminar a perda de 26,6% dos meses de março e abril em meio à pandemia de Covid-19. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Embora tenha crescido numa magnitude importante, acumulando expansão de 17,9% nos meses de maio e junho, a produção industrial ainda está longe de eliminar a perda concentrada nos meses de março e de abril. O saldo negativo desses quatro meses é bastante relevante (-13,5%)”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.
O resultado foi melhor que o esperado pelos economistas que participaram de uma pesquisa da Reuters, onde a alta era de 7,7% na variação mensal e a queda de 10,2% na base anual.
Mas apesar do desempenho positivo em junho, a indústria ainda está 27,7% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011 e acumula uma perda de 13,5% na pandemia.
O resultado de maio foi revisado pelo IBGE para uma alta de 8,2%, ante leitura inicial de crescimento de 7%. Já o tombo recorde de abril foi revisado para uma queda ainda mais profunda, de 19,2%.
Setores industriais
Dentre os 26 setores industriais pesquisados pelo IBGE, 24 registraram avanço em junho. E o destaque foi para a produção de veículos, que avançou 70%, o que impulsionou o retorno da produção de unidades, que haviam sido paralisadas com a pandemia.
Também contribuíram para o resultado do mês os segmentos de bebidas (19,3%), de indústrias extrativas (5,5%), de produtos de borracha e de material plástico (17,3%), de outros equipamentos de transporte (141,9%), de produtos de minerais não-metálicos (16,6%), e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (24,4%).
No entanto, as indústrias de alimentos e de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis recuaram ambos 1,8% em junho.
Resultado por grandes categorias
Entre as 4 grandes categorias econômicas, também houve crescimento pelo segundo mês seguido, com destaque para bens de consumo duráveis. Veja abaixo:
bens de consumo duráveis: 82,2%
bens de capital: 13,1%
bens de consumo semi e não-duráveis: 6,4%
bens intermediários: 4,9%
Expectativa
A pesquisa Focus do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é a retração de 5,66% para a economia deste ano. Já a projeção para o tombo da produção industrial em 2020 foi piorada para uma queda de 7,92%.
Mesmo longe do patamar pré-pandemia, a confiança da indústria brasileira voltou a subir em julho, segundo o indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta, de 12,2 pontos, foi a segunda maior variação positiva da série histórica do indicador, que atingiu 89,8 pontos - ainda abaixo do pico, de 101,4 pontos.