• Home/
  • Notícias/
  • Bahia/
  • Professora intimada por 'doutrinação feminista' lamenta situação: 'estou muito abalada'

Professora intimada por 'doutrinação feminista' lamenta situação: 'estou muito abalada'

Docente chegou a passar mal quando recebeu a intimação e foi hospitalizada

Por Da Redação
Às

Professora intimada por 'doutrinação feminista' lamenta situação: 'estou muito abalada'

Foto: Reprodução/TV Bahia

A professora Giltânia Aquino, do Colégio Estadual Thales de Azevedo, em Salvador, intimada a prestar depoimento na delegacia sob acusação de "doutrinação feminista" e "conteúdo de cunho esquerdista",  diz estar abalada com a situação.

Em entrevista ao G1, a docente lamentou a situação que está passando e disse que, neste momento, não pretende comentar o caso. “Eu estou muito abalada. Está tudo muito confuso ainda. É uma exposição muito grande o que está acontecendo, mas neste momento, eu prefiro não dar nenhuma declaração pública sobre o assunto”, disse.

Giltânia Aquino chegou a passar mal quando recebeu a intimação da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca), na última quinta-feira (18). Ela deu entrada no Hospital da Bahia, na capital baiana, foi medicada e em seguida foi liberada.

A queixa contra a professora foi feita por uma aluna e a mãe dela na Dercca. Os nomes das envolvidas não foram divulgados pela Polícia Civil, que informou que a mãe relatou que a filha teria sofrido constrangimento na escola.

Segundo informações da polícia, a mãe da estudante relatou que a filha teria sofrido constrangimento na escola. Segundo o relato feito no boletim de ocorrência, a jovem teria hostilizada por colegas e impedida de participar de atividades em grupo, sob consentimento da professora, devido ao seu posicionamento político.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) negou a versão da mãe da estudante. Em posicionamento oficial, o sindicato afirmou que a denúncia da adolescente e da mãe trata-se de "tentativa de intimidação, coação e pressão psicológica por grupos de extrema direita", para reprimir a liberdade de expressão e tumultuar aulas e algumas atividades propostas pelos professores e professoras.

Também em nota oficial, o colégio disse que a intimação fere a liberdade e autonomia pedagógica, que são princípios constitucionais, além de interferir na autonomia de projeto de formação humana, crítica e socialmente ativa. O texto da nota ainda diz que as alegações têm provocado o “enviesamento dos conhecimentos historicamente construídos e dos fenômenos sociais, em silenciamento dos docentes”.

A Secretaria de Educação (SEC) informou, em nota, que ao saber da situação, o secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues, acompanhado pela assessoria jurídica da SEC, se reuniu com a servidora, o corpo docente e os gestores escolares na unidade escolar, na manhã desta sexta-feira (19).

Ainda segundo a SEC, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi acionada e está à disposição da professora para prestar toda a assistência jurídica necessária, além de acompanhar a oitiva. O órgão também disponibilizou a equipe de psicólogos da secretaria para assistência à professora e à comunidade escolar.

Em nota, a Polícia Civil informou que as pessoas envolvidas no caso estão sendo ouvidas na unidade especializada, e destacou que cabe ao órgão investigar qualquer registro em suas unidades, agindo de modo imparcial ao apurar ocorrências que chegam a seu conhecimento.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário