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Projeto oferece yoga ancestral para saúde e autocuidado de mulheres pretas e periféricas

Filosofia Ubuntu é a força motriz da iniciativa acolhedora

Por Da Redação
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Projeto oferece yoga ancestral para saúde e autocuidado de mulheres pretas e periféricas

Foto: Divulgação

“Eu sou porque nós somos”. Essa filosofia africana é a força motriz do projeto Ubuntu Yoga, que oferece as práticas ancestrais para a saúde e autocuidado de mulheres pretas e periféricas com objetivo de exaltar a potência das vivências pessoais e coletivas dessas mulheres. 

Idealizado pela instrutora baiana Tati Cassiano, que é radicada em São Paulo, o projeto surgiu por causa do caos sentimental e físico gerado pela pandemia. Diante de relatos de crises de ansiedade, dificuldades financeiras, insônia e outros problemas de saúde mental, a iniciativa destinou um suporte de forma gratuita para 40 mulheres. 

“A falta de trabalho e o afogamento por tantas notícias negativas, fez com eu fosse impulsionada, diante de vários relatos de ansiedade, insônia, síndrome do pânico, os quais chegavam até a mim, criei um grupo no whatsapp para acolher essas mulheres”, conta a instrutora.

Tati também acredita que o Projeto Ubuntu Yoga é uma forma de descolonizar a prática, que ainda é elitizada e composta majoritariamente por pessoas brancas.

“Você ser uma pessoa preta em um ambiente extremamente elitizado, onde às vezes, o próprio espaço físico, a estrutura do lugar, te intimida, é difícil. Você olha para os locais e vê pessoas as quais não se identifica. Pessoas que, geralmente, não têm consciência racial e de classe, acabam fazendo alguns tipos de brincadeiras e comentários ofensivos. É uma microviolência, sabe?”, pontua.

Junto com Tati, também estão as instrutoras Tayla Cândido, Aline Inocêncio e Myrian Gomes, que fazem parte dessa rede de apoio afetivo na busca pelo cuidado físico e mental. 

Para Myrian, o projeto permite a conexão com a ancestralidade e no compartilhamento de vivências.

“O resgate da minha ancestralidade através do projeto Ubuntu Yoga, veio dessa conexão com outras mulheres negras por meio do Yoga. Nos encontrar, mesmo que seja via on-line, praticar juntas, compartilhamos nossas vivências num lugar de acolhimento e entrega me fortalecem. Reflete em mim o nosso momento, aquele momento de pausa, de respiro, de sustentação de quem somos”, explica Myriam.

Uma das alunas, Priscila Mesquita, conta que, antes do projeto, não tinha referência de instrutoras de yoga pretas e que esse espaço tem sido um alívio no psicológico e físico.

“Eu, particularmente, conhecia só de ouvir falar. Achava que era algo muito distante para mim, não existia referência de yoginis pretas. Yoga, para mim, tem sido uma salvação diária, no meu psicológico, no meu físico, na minha força e no meu resgate à ancestralidade”, afirma.

Tati Cassiano também ressalta a importância das mulheres pretas olharem para si com mais cuidado e consciência.

“Nosso desejo é de que todas as mulheres deem prioridades para seu autocuidado, que se coloquem em primeiro lugar em suas vidas, reconheçam sua potência e possam assumir a narrativa de suas próprias vidas. Que tenham consciência de que são suficientes e merecedoras de afeto. Nosso foco é em criar uma rede de apoio e desmantelar esse sistema machista e racista”, finaliza.

Mais informações do projeto podem ser encontradas pelo e-mail: contato@ubuntuyogabrasil.com ou pelo site do Ubutu Yoga Brasil. 

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