Uma manifestação ocorreu nesta sexta-feira (5) com a participação de representantes das religiões de matriz africana em frente à sede da Fundação Palmares. O grupo pedia a saída do presidente do órgão, Sergio Camargo, que chamou o movimento negro de “escória maldita” e ironizou o Dia Nacional da Consciência Negra.

“A nossa principal reivindicação é a retirada imediata de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Cultural Palmares e de todas e todos como ele que possam ser colocados nessa cadeira”, disse a pastora Val Moraes, presidente da Aliança de Negras e Negros Evangélicos do Brasil.

Adna Santos, conhecida como Mãe Baiana de Oyá, também esteve no local. Ela foi chamada de “macumbeira” e “miserável” por Camargo e o denunciou por injúria racial e discriminação religiosa.

“A gente está aqui para dizer para esse senhor que nós somos o povo que o Brasil precisa e através desse povo aqui que o Brasil tem várias políticas públicas, e eles estão acabando com ela. Eu fiz a minha parte, fui na delegacia especializada, fiz a minha a queixa. Acredito nas autoridades do Brasil e a justiça vai ser feita”, pontuou Mãe Baiana.

De acordo com informações da Polícia Militar (PM), cerca de 90 pessoas participam do ato. De forma pacífica, os manifestantes também ecoarem gritos de “fora, Bolsonaro” e pediram justiça pelas mortes da ex-vereadora Marielle Franco e dos meninos João Pedro e Miguel Otávio.

As reações contra Sergio Camargo se intensificaram nesta semana após a divulgação de um áudio uma reunião de 30 de abril em que ele xinga Zumbi dos Palmares, um dos símbolos do movimento negro.