Putin acusa EUA de tentar atrair Rússia para guerra da Ucrânia

No primeiro pronunciamento feito sobre o assunto, na última terça-feira (1), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e os Estados Unidos estão criando um cenário projetado para tentar atrair a Rússia para a guerra na Ucrânia. 

Além disso, o presidente afirmou que as principais reivindicações do Kremlin nas negociações sobre a crise na região estão sendo ignoradas. As informações são do Estadão. 

Putin afirmou que é essencial que a Otan se comprometa a não incluir a Ucrânia no bloco, assim como a retirada de mísseis da Polônia e da Romênia.

“Está claro que as preocupações fundamentais russas foram ignoradas”, afirmou na entrevista coletiva. O primeiro pronunciamento feito em mais de um mês foi ao lado do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban.

Na ocasião, Putin também ressaltou que Moscou está aberto a negociações para evitar “cenários negativos”, como a guerra, e afirmou que a recusa pelos EUA e os aliados norte-americano em atender às demandas feitas é uma violação das obrigações de integridade da segurança estabelecidas na Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Segundo ele, os ocidentais enfatizam a liberdade de cada país escolher alianças, mas negligenciam o princípio da “indivisibilidade da segurança” consagrado nos documentos da OSCE. 

Após negar qualquer ameaça à Ucrânia, no último domingo (30), o governo russo afirmou que deseja ter relações baseadas no “respeito mútuo” com os Estados Unidos.

“Queremos relações boas, equitativas, de respeito mútuo com os Estados Unidos, como com todos os países do mundo”, declarou Serguei Lavrov, ministro das relações exteriores russo. 

“Aprendemos com uma experiência amarga, não queremos permanecer em uma posição na qual nossa segurança seja violada diariamente”, afirmou sobre a possibilidade de a Ucrânia aderir à Otan.

Em contato com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, Lavrov também afirmou que Moscou continuará buscando “garantias, que não são apenas compromissos políticos no papel, mas também garantias juridicamente vinculantes” que levem em consideração os “interesses legítimos” da Rússia.

O governo russo deve enviar em breve aos países da Otan e OSCE “um pedido oficial que os insta a especificar como planejam implementar seu compromisso de não reforçar sua segurança em detrimento da segurança dos outros”.