Quase 50 postos em três estados brasileiros são interditados por suspeita de lavar dinheiro para o PCC
Além da interdição dos postos, polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão contra seis alvos

Foto: Reprodução/g1
Cerca de 49 postos de combustíveis são interditados, nesta quarta-feira (5), em decorrência da Operação Carbono Oculto 86, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 5 bilhões ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
As interdições ocorrem em postos localizados em cidades do Piauí, Maranhão e Tocantins. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Piauí destaca que o grupo atuava com empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para lavar dinheiro para o PCC, ocultar patrimônio e fraudar o mercado de combustíveis.
Segundo divulgado pela SSP, os policiais seguem em campo para interditar os postos localizados nas seguintes cidades:
- Maranhão: Caxias, Alto Alegre e São Raimundo das Mangabeiras;
- Piauí: Teresina, Lagoa do Piauí, Demerval Lobão, Miguel Leão, Altos, Picos, Canto do Buriti, Dom Inocêncio, Uruçuí, Parnaíba e São João da Fronteira;
- Tocantins: São Miguel do Tocantins.
Esquema e alvos
Os principais alvos de medidas cautelares foram identificados como Haran Santhiago Girão Sampaio, Danillo Coelho de Sousa, Moisés Eduardo Soares Pereira, Salatiel Soido de Araújo, Denis Alexandre Jotesso Villani e João Revoredo Mendes Cabral Filho.
A justiça determinou que eles compareçam ao tribunal sempre que forem intimados, além de serem proibidos de saírem de Teresina e mudarem de endereço sem autorização judicial.
Os investigados também são impedidos de se comunicarem com os demais investigados por qualquer meio, inclusive redes sociais, aplicativos de mensagens e terceiros.
Segundo a Polícia Civil do Piauí, o valor de R$ 5 bilhões foi identificado em movimentações atípicas das empresas envolvidas no esquema. A investigação revelou interconexão direta entre empresários locais e os mesmos fundos e operadores alvos da Carbono Oculto.
Conforme as investigações, os alvos utilizavam nomes de laranjas, constituíram fundos e usaram fintechs para movimentações financeiras, para dificultar a identificação dos reais beneficiários.
Apreensão de bens
Além da interdição de postos, a operação também foi responsável pela apreensão do avião Cessna Aircraft 210M do empresário Haran Santhiago Girão Sampaio, além de três aeronaves: Raytheon Aircraft 400A, Air Craft Astra SPX e Aircraft C90A. A polícia ainda apreendeu um Porsche avaliado em mais de R$ 550 mil.
Os policiais também cumpriram mandados de busca e apreensão nos seguintes endereços ligados aos investigados:
- Duas casas localizadas em condomínio de luxo nos bairros Uruguai e Novo Uruguai, na Zona Leste de Teresina;
- Cinco apartamentos nas zonas Leste, Sudeste e Sul de Teresina;
- Uma casa localizada em condomínio em Araraquara (SP).
A Justiça ainda determinou o sequestro de R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas e 60 empresas.


