Reajustes salariais ficam abaixo da inflação em mais da metade das negociações coletivas
Resultado faz com que o trabalhador perca poder de compra

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Dados do Salariômetro, divulgados pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) nesta quarta-feira (25), mostram que o reajuste médio salarial das negociações coletivas firmadas no mês de julho, de 7,6%, é resultado de perda real, variação abaixo da inflação, em 72,5% dos acordos. Como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) dos últimos 12 meses ficou em 9,2%, os reajustes foram, em média, 1,6 ponto percentual inferior ao indicador.
O levantamento, realizado com base nos dados do Ministério da Economia, aponta ainda que o mesmo percentual de reajuste foi firmado tanto pelos acordos quanto pelas convenções coletivas. Com a atualização, o piso médio oferecido aos trabalhadores nas negociações ficou em R$ 1.345. A partir dos dados, os pesquisadores apontam que julho foi o “mês mais cruel” dos últimos 12 meses aos trabalhadores, já que até então a menor diferença entre os reajustes salariais e a taxa de inflação havia sido de 0,7 ponto percentual, apurado nos meses de março e abril.
Entre os setores, apenas o comércio atacadista (+9,5%) teve um reajuste superior ao da inflação. Já o segmento bancário e financeiro (+9,2%), optou por manter o poder de compra de seus profissionais. Já na análise entre os Estados que somaram cinco ou mais negociações no período de apuração, somente o Rio Grande do Sul (+9,5%) e Santa Catarina (+9,4%) contemplaram os colaboradores com ganho real nos salários.


