Retomada do Brasil pós-pandemia deve ser mais lenta do que no resto do mundo
Levantamento aponta que o PIB brasileiro deve cair 1,6% no biênio 2020/2021

Foto: Reprodução/Internet
A recuperação do mundo após a pandemia do coronavírus será mais difícil agora do que foi em recessões anteriores e especialmente para os brasileiros. Nove em cada dez países devem atravessar esta crise melhor do que o Brasil, de acordo com um levantamento que cruza previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) com a edição mais recente do Boletim Focus, do Banco Central.
A expectativa é que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro desabe este ano e tenha uma recuperação tímida no ano que vem, com o impacto econômico das medidas de isolamento social implementadas para conter a pandemia. No biênio 2020/2021, o PIB deve cair 1,6%. O levantamento do pesquisador Marcel Balassiano, do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas), aponta que o Brasil ficará na 171.ª posição entre 192 países.
Entre os países sul-americanos, apenas a Venezuela terá um resultado pior e deve ficar em penúltimo lugar. Enquanto isso, a China, onde a epidemia começou, poderá crescer 5,1%. “O Brasil vive uma crise de saúde e uma crise política ao mesmo tempo, isso não tem paralelo internacional. O otimismo do começo do ano com o País ficou para trás e os principais agentes preveem uma queda forte para a economia nacional este ano”, avalia Balassiano.
Ele lembra que as perspectivas do FMI e do Focus estão até otimistas, na comparação com outros agentes internacionais, como o Banco Mundial, que já espera uma queda de 3% para o País neste biênio. “O FMI deve fazer uma nova rodada de previsões no mês que vem e o desempenho esperado para o Brasil deve ser ainda pior.”


