RMS registra o menor IPCA para um mês de maio desde 2000
Itens como a farinha de mandioca, batata inglesa, cebola e tomate ajudaram a segurar o índice

Foto: Agência Brasil
A inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS) apresentou desaceleração em maio (0,11%) quando comparado ao mês de abril (0,83%). Foi o menor Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para um mês de maio, na RMS, desde 2000 (0,07%).
O indicador também ficou significativamente abaixo em relação ao índice de maio de 2018 (1,11%) e um pouco menor que a média nacional (0,13%). As maiores altas no país foram registradas em Rio Branco/AC (0,67%), Goiânia/ GO (0,48%) e Campo Grande/MS (0,42%). Já a Região Metropolitana de Curitiba (-0,03%), Brasília (-0,05%) e a Região Metropolitana do Rio de Janeiro (-0,05%) tiveram deflação.
O IPCA na RM Salvador acumulou alta de 2,27% de janeiro a maio de 2019. No país como um todo, o índice acumulado este ano está em 2,22%. No acumulado nos 12 meses encerrados em maio, a inflação na RM Salvador desacelerou para 4,21%, comparado aos 5,26% registrados nos 12 meses encerrados em abril, ficando abaixo da média nacional (4,66%).
As despesas que mais puxaram a inflação da RMS para cima em maio foram Habitação (+1,34%) e Transportes (+0,65%), já que tem maior peso nos orçamentos das famílias. Vestuário (+1,21%) e Saúde e Cuidados pessoais (0,12%) também tiveram alta.
Energia
No grupo habitação, a energia elétrica (+6,35%) foi o principal impacto. Foi também o item que individualmente mais contribuiu para o IPCA de maio na RMS. O aumento foi influenciado pela entrada em vigor, em maio, da bandeira tarifária amarela, com custo adicional de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido, além do reajuste ocorrido no fim de abril.
A dona de casa Cristina Araújo, 46, é autônoma e recebe um salário mínimo. Ela sentiu no bolso o aumento na conta de luz nos últimos meses. “Aqui em casa era R$ 114,00, passou para R$ 127,00 e agora está em R$ 134,00. Muito alta. Mal dá para gente, que é assalariada, comprar cesta básica, pagar água e energia. Não podemos nem ter lazer com esse aumento absurdo”, contou ao Farol da Bahia.
O aumento do gás de botijão (+2,02%) também contribuiu para o indicador. Entre as despesas com transportes, além da alta dos ônibus intermunicipais (+3,39%), os combustíveis (+1,40%) voltaram a exercer uma pressão importante, com aumentos na gasolina (+1,21%), no etanol (+2,06%) e no diesel (+2,61%).
O pedagogo Luiz Antônio Neves, 41, encontrou uma alternativa para economizar no trajeto Catu-Salvador e fugir dos preços altos das passagens de ônibus. "Eu pego carona com amigos que estão indo para o mesmo destino", revelou.
Deflação
O grupo Alimentação e bebidas (-1,09%) ajudou a segurar o IPCA do mês já que registrou a primeira deflação importante no ano. Dos cinco itens que mais seguraram o índice no mês, quatro foram alimentos, muitos dos quais vinham com fortes altas em 2019.
A farinha de mandioca (-13,29%) exerceu a maior contribuição individual no sentido de conter a inflação de maio em Salvador, seguida pela batata-inglesa (-21,1%), a cebola (-24,51%) e o tomate (-5,01%). Além desses alimentos, as passagens aéreas (-18,81%) também recuaram e foram importantes para conter o IPCA de maio.
A dona Cristina sentiu uma redução no preço da batata, mas, segundo ela, a queda foi pequena. No mercadinho onde faz compras no bairro de Brotas, ela consegue comprar a verdura por R$ 4,99. “A batata, o tomate e a farinha de mandioca pra mim continuam caras, não vi muita diferença. Já a cebola, eu encontro mais barato em alguns locais”, explicou.
Segundo o site Agrolink, na Ceasa, em Salvador, o preço de atacado do quilo da batata inglesa na última quinta-feira (6) estava R$ 3,20, vinte centavos a menos que no início do mês de maio onde era encontrada por R$ 3,40. Já o quilo da cebola subiu de R$ 1,25 para R$ 2,00 e o quilo do tomate passou de R$ 3,60 para R$ 4,30. O quilo da mandioca manteve o preço em R$ 1,00.