Rui Britto, juiz do TJBA é afastado pelo CNJ por suspeita de corrupção
A ordem foi expedida, nessa quinta-feira (11), pelo corregedor Mauro Luiz Campbell Marques

Foto: Reprodução/ Alba
A Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) determinou o afastamento do juiz de direito Ruy Eduardo Almeida Britto, titular da 6ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Salvador, no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A ordem foi expedida, nesta quinta-feira (11), pelo corregedor Mauro Luiz Campbell Marques. A medida também determina o bloqueio simultâneo dos acessos de todos os servidores aos sistemas processuais e administrativos do tribunal baiano.
De acordo com o CNJ, a documentação que motivou a ordem proferida pelo corregedor nacional de justiça, ministro Mauro Campbell Marques, foi entregue à Corregedoria Nacional de Justiça em envelope lacrado, sem indicação de remetente, com documentos que apontavam para fatos dotados de aparente relevância disciplinar.
Durante a análise dos documentos, foram constatadas decisões de conteúdo aparentemente teratológico, proferidas pelo reclamado em processos de desapropriação, assim como o inconfesso descumprimento de ordens proferidas pelo Tribunal de Justiça no bojo de agravo de instrumento. Além desses fatos, também foram identificados alvarás eletrônicos criados, aprovados e assinados pelo magistrado em processos já arquivados, em valores de grande vulto, em favor de terceiros que não mantinham qualquer vinculação com os autos.
O CNJ aponta ainda que em razão da constatação de indícios da possível prática dos delitos de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro na modalidade dissimulação, previstos no art. 317 do Código Penal, assim como no art. 1º da Lei n. 9.613/98, foi proferida ordem de afastamento, para o regular desempenho dos trabalhos.
No caso em apreço, a medida cautelar de afastamento do magistrado foi adotada como providência necessária para assegurar a apuração livre e imparcial dos elementos de convicção, sem qualquer interferência que comprometa a investigação. Tal medida é considerada proporcional à gravidade dos fatos e foi implementada em total conformidade com o devido processo legal, refletindo o compromisso contínuo da Corregedoria Nacional de Justiça com os princípios que regem a Administração Pública.
A operação no Tribunal foi realizada pela Polícia Federal, teve início na noite de quinta-feira (11) e seguiu na manhã desta sexta (12), no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador.


