Saiba como deputado estadual do Rio traficava drogas e vendia armas para o CV na Alerj
Thiego Raimundo, conhecido como TH Joias, usava o mandato para favorecer a facção nomeando os comparsas na Assembleia

Foto: Reprodução/redes sociais
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB), conhecido como TH Joias, foi denunciado e teve prisão decretada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por associação para o tráfico e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. A ação resultou na Operação Bandeirantes, deflagrada nesta quarta-feira (3), que cumpriu quatro mandados de prisão e cinco de busca e apreensão em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana, no Rio de Janeiro.
De acordo com a denúncia do MPRJ, TH Joias e os aliados mantinham ligação direta com o Comando Vermelho, atuando nos Complexos da Maré e do Alemão e na comunidade de Parada de Lucas.
O parlamentar teria usado seu mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para favorecer a facção, nomeando comparsas em cargos estratégicos para facilitar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones, além de realizar pagamentos a integrantes do grupo criminoso.
Os demais acusados tinham funções específicas:
Liderança da facção: controlava o dinheiro da organização e autorizava pagamentos vultosos, incluindo compra de antidrones;
Tesoureiro: armazenava drogas, guardava valores milionários e intermediava negociações de armas e munições;
Fornecedor de equipamentos antidrones: testava e treinava o uso dos dispositivos, enquanto ocupava cargo de assessor parlamentar indicado pelo deputado para encobrir atividades ilícitas;
Assessora parlamentar: casada com o tesoureiro, atuava como elo entre a facção e o Legislativo, ajudando a ocultar operações ilegais.
A investigação tramita na Procuradoria-Geral de Justiça devido ao foro por prerrogativa de função do deputado, garantindo que o caso seja analisado no âmbito adequado da Justiça.
A Operação Bandeirantes contou com a participação da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, além de promotores da Assessoria de Atribuição Originária Criminal (AAOCRIM/MPRJ), integrantes da Subprocuradoria-Geral de Justiça de Atuação Especializada e agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).