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‘Se tivesse sido punido, ele não teria matado meu filho’, diz pai de lutador morto por PM

Vitor Reis foi baleado por um agente que teria participado de outras ações que deixaram ao menos três mortes

Por Da Redação
Ás

‘Se tivesse sido punido, ele não teria matado meu filho’, diz pai de lutador morto por PM

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O autônomo Vanelci Ferreira de Amorim desabafou ao saber que um dos policiais investigados pela morte do filho o lutador de boxe e muay thai, Vitor Reis de Amorim, morto na tarde última terça-feira (28), em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, teria participado de ações que deixaram ao menos três mortes nos últimos cinco meses. 

Para Vanelci, uma punição adequada poderia ter salvado a vida do filho. "(Não sei se foi ele), mas se tiver sido deveria ter sido tirado das ruas quando a primeira morte aconteceu. Se ele não tivesse trabalhando externamente, ele não teria matado o meu filho. Repito: Se ele tivesse sido punido antes, ele não teria matado o meu filho. É preciso ter uma reciclagem urgente desses tipos de agentes", disse.

Em uma das ações em que é investigado, o policial militar teria disparado ao menos 20 vezes contra suspeitos. A Polícia Civil fará na próxima terça-feira (4), às 16h, uma reprodução simulada para tentar identificar de onde partiu o tiro. Em depoimento à 73ª DP (Neves), o militar do 7° BPM (São Gonçalo) confirmou que atirou "após a guarnição ser atacada". A família nega a versão do agente.

"O (tenente) coronel (Ivan) Blaz disse que eu tinha alguém na minha família que era bandido. Eu tenho um filho meio virado e por isso eu coloquei ele para fora. Na minha casa só fica pessoa de bem. Agora, já na PM, um policial matou três e ele não foi corrigido. Eles tinham que ter tirado esse cara da rua. Se ele não estivesse na rua o meu filho estaria vivo. Pelo amor de Deus, vamos fazer uma reciclagem na PM. Temos bons policiais, mas temos esses PMs aqui que matam. Eu vou provar que o meu filho é inocente. Eu não vou provar pra mim ou para os amigos dele, vou provar para quem tem alguma dúvida da idoneidade", desabafou o pai de Vitor, que pretende processar o Estado.

A 73ª DP (Neves) afirma que com a reprodução simulada, “a dinâmica do fato poderá ajudar na elucidação” do caso e confirmar “se os militares falaram a verdade" - eles sustentam a versão de que foram atacados -, ou se dispararam e atingiram o rapaz. Caso tenham mentido, eles poderão responder por fraude processual e o militar que atirou por homicídio. Os investigadores já sabem que o rapaz foi alvejado pelas costas. A Polícia Civil apreendeu quatro fuzis dos militares.

Segundo a Polícia Civil, o PM trocou tiros com homens armados em Engenho Pequeno, em junho. Na ocasião, o agente disparou 20 tiros de fuzil e um suspeito morreu. De acordo com o relato, os bandidos atiraram contra a viatura em que estavam, e os policiais revidaram. Dois meses depois, o militar se envolveu na abordagem de dois suspeitos em Jardim Bom Retiro. Novamente houve troca de tiros e morte, segundo a versão do policial. Poucos dias depois, já em outubro, desta vez no bairro do Colubandê, ele se envolveu em uma troca de tiros com suspeitos, disparou oito tiros de fuzil, um suspeito foi baleado e socorrido, mas morreu.

No caso de Vitor, o agente disse que uma arma foi encontrada ao lado do lutador. Os quatro policiais confirmaram que atiraram após serem atacados. Familiares e amigos de Vitor contestam e dizem que os PMs atiraram duas vezes e estavam em uma viatura descaracterizada. Segundo eles, o lutador teria ficado ainda 30 minutos agonizando.

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