Dados da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Penssan) mostram que, apesar de o país está entre os cinco maiores exportadores mundiais de produtos agropecuários, seis em cada dez habitantes (63,8%) de áreas rurais apresentam algum grau de insegurança alimentar, ou seja, não se alimentam de forma adequada.

A pesquisa, que entrevistou 35 mil pessoas no ano passado, mostra ainda que dois a cada dez moradores (18,6%) do campo estão em situação de insegurança alimentar grave, passando fome. Nas cidades, os percentuais são um pouco mais baixos: 57,8% são afetados pela insegurança alimentar e 15% enfrentam a fome.

Um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado no ano passado, aponta que a insegurança alimentar começou a piorar nas áreas rurais do país,  com o índice de famílias que enfrentam essa dificuldade subindo de 35,3% em 2013 para 46,4% em 2018. “Isso significa fome”, explicou o pesquisador do Ipea Alexandre Arbex Valadares, em nota, à época.