Sem isolamento, Brasil pode ficar sem UTI em julho
Cálculo foi realizado por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB)

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Após bater o recorde do número de pessoas contaminadas com o novo coronavírus em um período de 24 horas, segundo o balanço do Ministério da Saúde nessa quinta-feira (28), o país registrou 26.417 mil casos. Com isso, o país passa a totalizar 438.238 casos de Covid-19. Entre tantos infectados, a preocupação é a quantidade de UTIs disponíveis para o tratamento dos pacientes.
Quatro dos seis estados que têm mais de mil mortes em decorrência da doença possuem taxa de ocupação das unidades de terapia intensiva acima de 80%, são o Rio de Janeiro, Pará, Ceará e Pernambuco. Se o isolamento social não for cumprido, a previsão da Universidade de Brasília (UnB), e que o Brasil fique sem UTI na primeira semana de julho.
Com o apoio da Organização Panamericana de Saúde (Opas/OMS), os pesquisadores da UnB usam dados de casos confirmados de Covid-19 e quantidade de leitos registrados na plataforma do Ministério da Saúde. Segundo os cálculos feitos, o Brasil assume uma taxa de 74% e 14.924 leitos disponíveis.
De acordo com as estimativas, serão necessárias 678.182 UTIs no auge da demanda, quando ocorrer o pico da doença no país. Ao considerar uma média de 50% de isolamento social, a partir de agora, durante 70 dias, o Brasil pode ficar sem leitos com respiradores na primeira semana de agosto.
Com o isolamento social o pico seria adiado e a medida diminuiria a demanda, que seria de 76.211 novas UTIs, ou seja, seis vezes menos da estimativa citada a cima. Este cenário prevê que 150 de cada 100 mil habitantes morreriam no surto. O número corresponde a 1,49% de todos que ficaram doentes. O modelo também indica que 21,36% dos brasileiros serão infectados pelo vírus, mas apenas 53,28% destes desenvolverão sintomas visíveis.