Será que você pode fazer o exame para saber se a vacina contra Covid-19 funcionou? Vem saber!

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[Será que você pode fazer o exame para saber se a vacina contra Covid-19 funcionou? Vem saber! ]

FOTO: Arquivo

Muitas pessoas estão ansiosas para saber se podem fazer algum exame que comprove os efeitos da vacina contra a Covid-19. Os exames sorológicos, que detectam os anticorpos no organismo a partir do sangue, não são recomendados pelos infectologistas por  dois  motivos:      1) a resposta imunológica pretendida com a vacina não é apenas de anticorpos, ela envolve também as células-T – não detectáveis neste tipo de exame; 2) os anticorpos neutralizantes que são desenvolvidos a partir da vacinação não são mensuráveis pelos exames disponíveis na rede comercial de laboratórios e ainda não há parâmetros definidos em relação à quantidade de anticorpos que possam determinar se há imunidade aos vírus. A infectologista Ana Helena Germoglio explica que os exames sorológicos pós-vacina até podem dar uma “pista” sobre a produção de anticorpos – caso as taxas de IgG e IgM tenham subido. No entanto, a especialista não recomenda que os exames sejam feitos com esse objetivo pois a informação não é, de maneira nenhuma, segura. “As pessoas precisam entender que estes exames não foram criados com este objetivo, portanto o resultado deles não é uma informação segura sobre o efeito da vacina ou a imunidade produzida. O número de falsos positivos e falsos negativos é alto”, afirma a médica. O infectologista Werciley Júnior, do grupo Santa Lúcia, acrescenta que “diagnósticos de imunidade” a partir de exames de sangue podem produzir falsa sensação de segurança ou pânico desnecessário. “Ainda que o exame detecte uma alta de anticorpos, a pessoa não deve se considerar imunizada, pois não temos parâmetros definidos para garantir essa imunidade”, afirma.  Já na hipótese contrária, se o exame não detectar taxas superiores de anticorpos, não significa que a vacina não funcionou. “A resposta imunológica envolve vários mecanismos e varia de pessoa para pessoa, então não há como diagnosticar imunidade por um exame de sangue”, afirma o médico. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) se posicionou, recentemente, com uma nota técnica sobre o assunto. “A complexidade da imunidade pós-vacinal ou mesmo após doença natural, no entanto, não corrobora a realização dos testes, pois os resultados não traduzem a situação individual de proteção”, afirmam os especialistas da entidade em texto publicado em 25 de março. Eficácia das vacinas Os especialistas recomendam que, mesmo após a vacinação, as pessoas mantenham as medidas de proteção básicas: uso de máscaras, higiene das mãos e distanciamento social. No atual momento da pandemia no país – com ampla circulação de variantes e poucas pessoas vacinadas -, ainda existe o risco de os imunizados serem transmissores assintomáticos do vírus. E, além disso, as vacinas aplicadas no país ainda não conferem proteção de 100% contra a Covid-19, elas são efetivas contra o desenvolvimento dos casos mais graves da doença. 


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