Setor de bares e restaurantes tem menor índice no vermelho em 5 anos!

Empresas de tecnologia criam ferramenta inédita capaz de prever quantos consumidores entrarão em um restaurante

Por Michel Telles
Às

Atualizado
Setor de bares e restaurantes tem menor índice no vermelho em 5 anos!

Foto: Divulgação

O setor de alimentação fora do lar voltou a respirar em agosto de 2025, registrando o menor índice de empresas operando no vermelho desde o início da pandemia de Covid-19. Dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelam que apenas 16% dos estabelecimentos fecharam o mês com prejuízo, enquanto 43% tiveram lucro e outros 40% mantiveram suas receitas estáveis, um sinal de recuperação que não se via há anos.

Mesmo com a inflação acumulada de 5,13% nos últimos 12 meses, 36% dos empresários conseguiram reajustar seus preços de acordo com o índice, cinco pontos percentuais acima do resultado de 2024. O cenário também mostra alívio nas dívidas. Hoje, 64% das empresas estão sem pendências financeiras, e entre as que ainda enfrentam atrasos, os maiores gargalos seguem sendo impostos federais (71%), estaduais (48%) e empréstimos bancários (35%).

Os números reforçam que o setor começa a ganhar fôlego e que os bares e restaurantes estão retomando o equilíbrio financeiro. O momento, no entanto, abre espaço para uma nova discussão: como transformar essa recuperação em crescimento sustentável? Como manter essa estabilidade em um mercado ainda marcado por oscilações no consumo. É nesse ponto que entra a importância da previsão e do planejamento.

E se fosse possível saber hoje quantos clientes vão entrar no seu restaurante nas próximas quatro semanas? E se desse para antecipar os pratos que serão mais pedidos, quanto será vendido, quais ingredientes comprar e quantas pessoas escalar por turno?

É justamente isso que uma nova parceria internacional promete: mudar a forma como restaurantes se organizam, e até o que vai parar no prato do cliente. A ferramenta inédita no Brasil também prevê faturamento e pratos mais pedidos com base em inteligência artificial

De um lado, a brasileira ACOM Sistemas, referência em soluções de gestão. Do outro, a portuguesa ADECI, especialista em Inteligência Artificial aplicada à alimentação fora do lar. O encontro entre as duas empresas, durante uma missão do Sebrae e Fecomércio PR em Portugal, resultou em um piloto que une tecnologia, inteligência de dados e muita precisão. Juntas, elas estão trabalhando em uma solução que prevê, com até 99% de acerto, quantos clientes um restaurante vai receber nos próximos 31 dias, e até quais pratos serão os mais pedidos.

O CEO da ACOM, Carlos R. Drechmer, explica que "a parceria entre as empresas está testando uma solução que, combinando dados históricos a variáveis externas, como clima, sazonalidade e até eventos locais, é capaz de entregar previsões com mais de 90% de precisão. Estamos falando de previsibilidade real para um dos setores mais desafiadores da economia, e a ADECI nos traz isso tudo". 

".

Carlos R. Drechmer, CEO da ACOM

Ele ainda destaca: "Entendemos, logo de cara, que a tecnologia da ADECI se encaixa como peça-chave no que já desenvolvemos com o EVEREST 3.0. A combinação é poderosa: IA aplicada à gestão em tempo real”.

O piloto já está em andamento em um restaurante brasileiro, com metas ambiciosas como a de reduzir desperdícios, aumentar a eficiência operacional e oferecer aos gestores uma nova camada de inteligência. A proposta é simples e ousada: transformar o 'achismo' em dados confiáveis e operacionais.

Para Helder Pereira, CTO da ADECI, o impacto da ferramenta vai direto ao ponto: “Saber, com dias de antecedência, quanto você vai faturar e o que será consumido. Isso muda toda a lógica de gestão. É como acender a luz em um ambiente que antes era operado no escuro”.

A próxima etapa será ampliar o uso da tecnologia aos demais clientes da ACOM no Brasil, que já somam mais de 300 grupos food e dois mil CNPJs conectados ao EVEREST 3.0; levando a “super solução” para cozinhas que buscam previsibilidade, redução de custos e um salto em performance.

"No setor onde margem de erro é sinônimo de prejuízo, prever virou verbo obrigatório, e a inovação, o ingrediente principal", finaliza Drechmer.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário