STF autoriza novos depoimentos no caso que investiga suposta interferência de Bolsonaro na PF

O Supremo Tribunal Federal, através do ministro Celso de Mello, autorizou nesta terça-feira (5), a coleta de novos dez depoimentos no caso que investiga suposta interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, de acordo com declarações dadas pelo ex-ministro Sérgio Moro.

O inquérito apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro sobre uma tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal após ele exonerar o ex-diretor geral da PF, Marcelo Valeixo para substitui-lo por Alexandre Ramagem, apontado como "pessoa de confiança" do presidente. Porém, a indicação de Ramagem foi barrada após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontar proximidade de Ramagem com a família Bolsonaro.

O STF deu um prazo de 20 dias para a execução das medidas, solicitadas pela Procuradoria Geral da República (PGR) na segunda-feira (4), através do procurador-geral, Augusto Aras.

Entre as dez pessoas que foram solicitados os depoimentos estão: os ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Casa Civil); a deputada Carla Zambelli (PSL-SP); e os delegados da Polícia Federal Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira, Maurício Valeixo e Alexandre Ramagem.

Além disso, o STF autorizou o pedido da PGR para obter cópia do vídeo da reunião realizada entre o presidente, o vice-presidente, ministros de Estado e presidentes de bancos públicos no dia 22, no Palácio do Planalto, além de comprovação das assinaturas da exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor geral da Polícia Federal, publicada no Diário Oficial da União (DOU), em 23 de abril.