TCU aponta falhas do governo na condução da crise hídrica em 2021
Técnicos afirmam que houve demora para adoção de algumas medidas essenciais

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Um relatório feito por técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) aponta uma série de falhas na condução pelo governo das medidas contra a crise hídrica no ano passado, período em que o país enfrentou a pior seca dos últimos 90 anos. Os dados, obtidos pelo jornal O Globo, mostram que a maioria das medidas “teve foco no aumento da oferta de energia, sem estudos ou análises detalhadas de impacto”. Além disso, os técnicos afirmam que houve “pouco incentivo para o deslocamento ou redução do consumo”.
A avaliação dos técnicos do TCU faz parte de um processo aberto pelo tribunal para acompanhar as ações do governo durante a crise. O relatório é preliminar e foi encaminhado aos órgãos responsáveis pela gestão da crise antes de uma conclusão por parte dos ministros do tribunal. Até o momento, o Ministério de Minas e Energia não se manifestou sobre os resultados.
No auge da crise hídrica, o governo priorizou ampliar a capacidade de geração de energia no país, especialmente por meio de usinas termelétricas. Praticamente todas as usinas a gás natural, óleo diesel, carvão e biomassa do país foram acionadas, gerando aumento de custos. Só em agosto foi anunciado um programa para incentivar a redução do consumo por parte dos clientes residenciais.
Para a indústria e grandes consumidores, foi oferecido um programa que incentivou o “deslocamento” dos horários de pico para horários de menor consumo. Segundo os técnicos do TCU, houve falhas no planejamento e na execução do programa voltado para os clientes residenciais ao não prever tempo hábil para comunicação da existência do mecanismo.
Além disso, eles apontam que o governo também “não disponibilizou as metas de redução antes do início de vigência; e ainda teve lacunas de informação nas faturas dos consumidores”, diz o documento. O relatório do TCU também concluiu que “houve falhas na execução e na comunicação das medidas adotadas sob a ótica da demanda” e que “houve demora para adoção de algumas medidas".


