Tebet responsabiliza Moraes por impasse com Trump sobre tarifaço

Ministra afirma que Judiciário brasileiro tem dificultado retomada do diálogo comercial com os EUA

Por Da Redação
Às

Atualizado
Tebet responsabiliza Moraes por impasse com Trump sobre tarifaço

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta terça-feira (29) que o principal entrave para o Brasil avançar nas negociações com o governo de Donald Trump, sobre as novas tarifas que entram em vigor no dia 1º de agosto, não está na Presidência da República, mas sim no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ela, a figura do ministro Alexandre de Moraes tem gerado resistência por parte dos norte-americanos.

“A questão é muito mais Alexandre de Moraes do que o presidente Lula. O presidente não tem problema em ligar, mas disse mais de uma vez que falta um ponto de partida”, declarou Tebet em entrevista à GloboNews.

Ela afirmou que o Brasil sequer conseguiu iniciar um diálogo formal com os EUA e atribuiu parte da dificuldade à atuação da família Bolsonaro, que, segundo ela, estaria “induzindo o governo Trump ao erro com mentiras”. A ministra destacou que o Executivo brasileiro segue engajado em esforços diplomáticos, com atuação direta do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

No entanto, de acordo com Tebet, os sinais vindos dos intermediários norte-americanos indicam que Trump, até o momento, “não quer conversar com o Brasil”. Ela explicou que, por representar apenas 2% da balança comercial dos EUA, o país não estaria entre as prioridades do governo americano, que deve negociar primeiro com Europa, China e Japão.

Apesar da ausência de diálogo direto, Tebet assegurou que o governo brasileiro já tem um plano pronto para responder ao tarifaço. A reação, segundo ela, será técnica, sem caráter retaliatório. “Todas as medidas estão na mesa do presidente. Estamos nos preparando para reagir, não retaliar”, disse.

A ministra evitou dar detalhes sobre o pacote de resposta, mas adiantou que ele será mais técnico do que fiscal. “Está tudo sendo avaliado internamente, mas posso adiantar que é muito menos fiscal do que se imagina”, concluiu.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário