"Tem obrigação de cooperar", diz Tribunal de Haia após declaração de Lula sobre prisão de Putin
Presidente falou que Putin não seria preso caso viesse para o Brasil

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O porta-voz do Tribunal Penal Internacional (TPI) também conhecido como 'Tribunal de Haia', Fadi Elabdallah, emitiu um comunicado nesta segunda-feira (11) em resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em crítica ao tribunal e o não cumprimento da prisão de Putin durante possível visita ao Brasil.
Em nota enviada ao site Metrópoles, Elabdallah destacou que o Brasil, como signatário do Estatuto de Roma, tem a obrigação de cooperar com a Corte internacional.
A polêmica surgiu devido ao mandado de prisão emitido pelo tribunal para o presidente russo, Vladimir Putin, sob acusação de deportação forçada de crianças da Ucrânia, país em conflito com a Rússia. Lula inicialmente afirmou que não prenderia Putin se ele viesse ao Brasil, mas posteriormente recuou, afirmando que essa seria uma decisão da Justiça.
"Eu posso dizer que, se eu for presidente do Brasil e ele for ao Brasil, não há por que ele ser preso. Ele não vai ser preso", declarou Lula.
Fadi Elabdallah enfatizou que a obrigação de cooperação do Brasil com o Tribunal de Haia é estabelecida no trecho 9 do Estatuto de Roma.
Lula, por sua vez, continuou a criticar o Tribunal Internacional, classificando os países signatários como "bagrinhos", sugerindo que são nações sem grande influência na geopolítica mundial. O presidente também expressou surpresa com a existência do Tribunal Penal Internacional e questionou a decisão do Brasil de se tornar signatário do Estatuto de Roma.