Terceira dose da CoronaVac em idosos é injustificado neste momento, avalia Butantan

Avaliação é também do médico Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações

Por Da Redação
Ás

Terceira dose da CoronaVac em idosos é injustificado neste momento, avalia Butantan

Foto: Reprodução/G1

Um recente estudo que aponta uma taxa de eficácia da CoronaVac em idosos inferior a 50% deixou dúvidas sobre a proteção contra a covid-19. Porém, o Instituto Butantan, produtor do imunizante no Brasil, e o diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, avaliam que não é o momento de cogitar uma terceira dose para este grupo.

O levantamento, ainda sem revisão de pares, considerou apenas a eficácia global da vacina, que é sua capacidade de evitar sintomas da covid-19, mas não levou em consideração a prevenção de casos graves, hospitalizações e mortes.

Em entrevista coletiva à imprensa na última semana, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, rechaçou a possibilidade de revacinação dos idosos por enquanto.

"Recentemente, têm aparecido aí notícias baseadas em estudos de qualidade secundária, vamos dizer assim, falando: 'olha, precisa revacinar os idosos'. Não, os dados que nós temos não indicam isso. [...] Fiquem tranquilos, essa é uma das melhores vacinas que estão disponíveis no mundo e que agora tem efetivamente demonstrado o seu papel na vacinação sobre a epidemia."

O Butantan já havia se manifestado anteriormente ao dizer que a vacina "não é barreira para a infecção pelo vírus SARS-Cov-2, mas reduz expressivamente o risco de uma pessoa ter a doença causada pelo vírus, evitando, sobretudo, quadros graves, hospitalizações e mortes".

Na avaliação de Kfouri, não há qualquer indicativo de fracasso da CoronaVac desde que ela começou a ser aplicada no Brasil.

Um estudo da UFPel (Universidade Federal de Pelotas) apontou que a vacinação evitou cerca de 14 mil mortes de idosos acima de 80 anos no Brasil, grupo que foi majoritariamente vacinado com a CoronaVac.

O diretor da SBIm acrescenta que estudos de mundo real — diferentes dos ensaios clínicos — no Chile e no Uruguai, onde a CoronaVac é usada nos programas de vacinação, mostraram excelentes resultados na prevenção da mortalidade de idosos.

Conforme Kfouri, o que não pode ser feito é priorizar possíveis doses de reforço enquanto há pessoas que não foram vacinadas.

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