Toca Raul: 30 anos sem o maluco beleza

Morador do bairro de Brotas, em Salvador, o cantor Raul Seixas completa nesse quarta-feira (21), 30 anos de morte. Excêntrico, Raulzito ficou conhecido pela sua originalidade. Nos anos 60, iniciou a carreira musical na banda Os Panteras. 

Em 26 anos de carreira, foram 17 discos lançados e uma vida com altos e baixos. 

Apaixonado por literatura, Raul se tornou grande amigo do escritor Paulo Coelho, parceiro em suas composições famosas como “Gita” e “Eu nasci há dez mil anos atrás”.  Ousado, misturou todas suas influências, de baião à country rock, às letras enigmáticas e místicas. Foi também da amizade entre os dois que surgiu o interesse de Seixas pelo ocultismo e misticismo. 

Diabético, Raul morreu de uma parada cardíaca, causada por seu alcoolismo e também pela falta da aplicação de insulina no dia anterior, o que resultou em uma pancreatite aguda fulminante. Ele foi encontrado morto em um Flat onde morava em São Paulo.

Em Salvador, uma lei municipal instituiu o dia 28 de junho, data de nascimento de Raul, como o Dia Municipal do Rock. Com a lei, Salvador se tornou a primeira capital brasileira a ter um dia dedicado ao gênero. De acordo com o jornalista, fã e amigo da família, Paulo César Gomes, é comum que fãs do cantor se reúnam em seu túmulo, no cemitério Jardim da Saudade, para prestar homenagens ao maluco beleza.

“Logo no início, após sua morte, eram tantos fãs juntos que a grama ficava toda queimada, seca, de tanta cachaça que os fãs bebiam. Fiquei muito amigo da família toda e a mãe dele, Maria Eugênia Santos Seixas, me confidenciou que teve que fazer várias lápides ao longo dos anos, porque o pessoal roubava, mesmo com a placa parafusada no cimento. Essas reuniões acontecem no dia de sua morte e de seu aniversário, 28 de junho, mas além disso, basta ter uma lua cheia para que as pessoas se reúnam ao redor do seu túmulo, com um violão, tocando pra Raul, eles realmente acreditam que ele está ali”, contou.