Traficante Fernandinho Beira-Mar afirma sofrer tortura em presídio
Líder do Comando Vermelho afirma ter ficado seis meses em isolamento

Foto: Ricardo Borges/Folhapress
O traficante Luiz Fernando da Costa, popularmente conhecido como Fernandinho Beira-Mar, afirmou, em vídeo divulgado nesta segunda-feira (13), ter sofrido torturas e greve de fome em presídio federal no Campo Grande, Mato Grosso do Sul. As informações foram divulgadas pelo UOL.
Em uma audiência por videoconferência, no último mês, o líder da facção Comando Vermelho afirma ter ficado em isolamento por seis meses quando chegou ao presídio, em 2019. Além disso, Beira-Mar afirma sofrer por problemas psicológicos e que enfrenta um "momento difícil na vida".
O traficante foi transferido da penitenciária de Mossoró (RN) em setembro de 2019, e quando chegou ao local ficou em uma cela isolada sob alegação de análise do perfil dele. Segundo ele, episodio foi uma "forma de tortura".
“Alegaram me deixar isolado por um tempo desse para analisar o meu perfil. É impossível, porque estou há 14 anos [no sistema prisional federal]. Eles conhecem o meu perfil. Eu entendo isso como uma forma de tortura”, afirmou.
Além disso, ele também afirmou que a escassez de iluminação no local o impediu de estudar. “Só quero ter o direito de ter um ambiente salubre para eu poder ler, poder estudar. Estava numa cela escura, sem condição de leitura", disse.
Em audiência, Fernandinho também afirmou que os advogados eram tratados como "cúmplices de bandidos" pelos agentes penitenciários" e que precisou fazer greve de fome para falar com a defesa. Após o acontecimento, ele relata ter sofrido de abuso de autoridade por um servidor do presídio.
"Estava no setor de enfermaria, sendo atendido (…). Ele me humilhou. Ele exigiu que eu abaixasse a cabeça. Deitado em uma cama, sem conseguir andar. Ele me humilhou. Gritou comigo, fez vários tipos de procedimento”, disse.
Beira-Mar deve apresentar, entre 12 e 14 de outubro, um artigo em que compara a situação dos presídios federais à crucificação de Jesus. A apresentação está prevista para acontecer no Congresso Internacional de Direitos Humanos de Coimbra, em Portugal.