'Transa', segundo álbum londrino de Caetano Veloso, completa 50 anos

Lançado em janeiro de 1972, disco ainda soa moderno pelo ar roqueiro e pelas colagens

['Transa', segundo álbum londrino de Caetano Veloso, completa 50 anos]

FOTO: Reprodução

O cultuado álbum de Caetano Veloso, 'Transa', gravado em Londres no Chappell Recording Studios, com produção musical orquestrada pelo britânico Ralph Mace sob a direção musical do carioca Jards Macalé, e lançado no Brasil pela gravadora Philips em janeiro de 1972, está completando 50 anos. 

O disco chega ao mercado apresentando a inovação de uma capa tripla que, ao ser totalmente aberta, a capa e o encarte formavam um triângulo nas mãos do ouvinte. O discobjeto, termo criado pelo ator e diretor de teatro baiano Álvaro Guimarães, mentor (com Aldo Luiz), não continha ficha técnica.

O disco foi gravado em 1971 com banda formada por Áureo de Souza (bateria), Moacyr Albuquerque (1945 – 2000) (baixo), o mencionado Jards Macalé (violão e guitarra) e Tutty Moreno (percussão). Contou também com a participação de Angela Maria Diniz Gonsalves, responsável pelo toque da gaita na gravação sedutoramente pop de 'Nostalgia (That's what rock'n roll is all about)' - colaboração que seria o marco zero da trajetória profissional dessa carioca que ficaria conhecida a partir de 1979 como Angela Ro Ro.

O disco dá ao ouvinte uma vibe roqueira em suas melodias, a exemplo da canção 'Nine of out ten', música que menciona o reggae no verso inicial e cita musicalmente no início e no fim do arranjo. O ar 'roqueiro' fez com que,  34 anos depois do lançamento de 'Transa', o público do artista conectasse o disco de 1972 de forma quase instantânea ao aclamado e então recém-lançado álbum  (2006).

Na arquitetura de 'Transa', Caetano captou a efervescência roqueira do universo pop de 1971 e a mixou com as referências do artista no mundo da MPB, especialmente as da Bahia natal. Além disso, o álbum vislumbra a cultura do sample e do mashup tal a quantidade de citações e referências costuradas no repertório bilíngue, escrito em português e inglês.

O disco foi relançado em 2012, agora como CD, em edição de comemoração aos 40 anos de lançamento. A produção original contou com remasterização feita no estúdio Abbey Road em Londres pelo engenheiro de som Steve Hooke, edição com direito à ficha técnica e ao discobjeto adaptado para o formato de CD.

'Transa' completa 50 anos em 2022 sem envelhecer. A obra impacta mais o ouvinte pelo conjunto da obra do que pelas músicas em si. E, talvez por isso mesmo, disco de banda, continue sendo objeto de culto cinco décadas após o lançamento original em janeiro de 1972.


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